Unidades de Conservação da Natureza
Unidades de Conservação da Natureza. Em todo o mundo, esforços vêm sendo feitos para preservar os remanescentes florestais e sua biodiversidade. Tais esforços têm se concentrado na conservação de grandes extensões de florestas em reservas e outras áreas naturais protegidas por lei (RylANDS; B RAND o N, 2005). No Brasil, a lei No 9.985 de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), define Unidade de Conservação como “espaço territorial e seus recursos ambientais, inc luindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo poder público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção”. As Unidades de Conservação têm contribuído para a conservação da biodiversidade regional e proteção de espécies endêmicas, ameaçadas ou vulneráveis (BRAz; CAvAlCANTI, 2001). Além disso, o desmatamento pode ser até 10 vezes menor no interior das áreas protegidas do que fora delas (fERREIRA et al., 2005). Apesar da importância, já constatada, das Unidades de Conservação, melhorias ainda devem ser buscadas. lima et al. (2005) observaram que a criação de Unidades de Conservação em Minas Gerais tem ocorrido sem a perspectiva de cumprir com os objetivos estabelecidos em sua criação. observaram ainda que apenas uma Unidade de Conservação apresentava nível satisfatório de manejo e 60% exibiram nível insatisfatório. os autores afirmam que isso também ocorre em outros estados, como São paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso. o projeto de várias Unidades de Conser vação levou em consideração as pr em is sa s da b io g e og r a f i a de il ha s (SAUNDERS et al., 1991).Todavia, existem dúvidas sobre o que seria mais adequado, conservar um único fragmento florestal grande ou vários pequenos. Um fragmento grande preservaria um maior número de espécies, mas, por outro lado, poderia ser devastado com um único evento catastrófico. Já os fragmentos pequenos abrigariam menos espécies, mas há uma probabilidade maior de que ao menos um permaneça após um evento catastrófico, possibilitando uma posterior colonização dos demais. Nesse sentido, esforços vêm sendo realizados para selecionar fragmentos florestais prioritários para a conservação. os atributos biofísicos (como o tamanho, a conectividade, a proteção de mananciais, a diversidade de fisionomias, a riqueza de espécies e o número de espécies raras), a integridade dos recursos naturais (como a presença de espécies invasoras, frequência de incêndios e a presença de lixo) e as influências externas (como o uso das terras no entorno e a relação perímetro/ superfície) são fatores utilizados nessa seleção (DURIGAN et al., 2006). Todavia, existem casos em que a criação de Unidades de Conservação não é baseada no conhecimento ecológico. para Campos e Costa f ilho (2005), o processo de escolha dos locais para a criação de Unidades de Conservação no Estado do paraná é centrado em áreas que sobraram do processo de ocupação e expansão da fronteira agrícola. Segundo os autores, esse processo resultou num conjunto de áreas protegidas de reduzida extensão, alto grau de isolamento e que engloba apenas uma parte das ecorregiões do Estado. para Schelhas e Greenberg (1996), grandes áreas protegidas através de parques e reser vas, muitas ve z es, não pro vêm representativa proteção para diferentes habitats, além disso, por causa de contrastes sociais, econômicos e políticos, existe pouca esperança na expansão do sistema de áreas protegidas. Isso tem deixado claro que a estratégia de conservação focada somente em grandes áreas possui falhas e que são necessários esforços para incluir áreas fora das grandes reservas. Assim, há uma forte necessidade de desenvolver uma abordagem integrada para a gestão da paisagem, que coloca as áreas naturais protegidas no contexto da paisagem global (SAUNDERS et al., 1991).