Vegetação de Mato Grosso

Vegetação de Mato Grosso

Vegetação de Mato Grosso
Mato Grosso é o único estado a possuir características de três biomas: o pantanal, o cerrado e a amazônia. Clique aqui e saiba mais.

Mato Grosso, rico em biodiversidade, é o único estado da federação a possuir três ecossistemas distintos. 

Saiba mais sobre eles:

Amazônia

A Amazônia é o ecossistema de maior diversidade biológica do mundo, representando a mais extensa floresta tropical existente. É também o maior bioma brasileiro, sendo que de seus aproximadamente 5,5 milhões de km² de extensão, em torno de 3,3 milhões de km², estão em território brasileiro, e desses, pelo menos 550 mil km² estão dentro do estado de Mato Grosso. 

Embora a região fosse, tradicionalmente, vista como um bioma relativamente homogêneo, reconhece-se hoje tratar-se de um mosaico  de distintos ecossistemas que abrigam comunidades bastante heterogêneas, tanto em composição quanto em diversidade (Prance &  Love Joy, 1985). 

A fauna é caracterizada, em sua maioria, por formas florestais com adaptações típicas. Os primatas, aves, anfíbios e peixes atingem na Amazônia a sua maior diversificação taxonômica dentro do continente americano. Devido a sua grande área de superfície, a Amazônia ainda possui vastas extensões cobertas por floresta tropical úmida. 

É uma floresta tropical fechada, formada em boa parte por árvores de grande porte, situando-se próximas uma das outras (floresta fechada). O solo desta floresta não é muito rico, pois possui apenas uma fina camada de nutrientes. Esta é formada pela decomposição de folhas, frutos e animais mortos. Este rico húmus é matéria essencial para as milhares de espécies de plantas e árvores que se desenvolvem nesta região. Outra característica importante da floresta amazônica é o perfeito equilíbrio do ecossistema. Tudo que ela produz é aproveitado de forma eficiente. A grande quantidade de chuvas na região também colabora para o seu perfeito desenvolvimento. 

Como as árvores crescem muito juntas uma das outras, as espécies de vegetação rasteira estão presentes em pouca quantidade na floresta. Isto ocorre, pois com a chegada de poucos raios solares ao solo, este tipo de vegetação não consegue se desenvolver. O mesmo vale para os animais. A grande maioria das espécies desta floresta vive nas árvores e são de pequeno e médio porte. Podemos citar como exemplos de animais típicos da floresta amazônica: macacos, cobras, marsupiais, tucanos, pica-paus, roedores, morcegos entre outros. Os rios que cortam a floresta amazônica (rio amazonas e seus afluentes) são repletos de diversas espécies de peixes. 

O clima que encontramos na região desta floresta é o equatorial, pois ela está situada próxima à linha do equador. Neste tipo de clima, as temperaturas são elevadas e o índice pluviométrico (quantidade de chuvas) também. Num dia típico na floresta amazônica, podemos encontrar muito calor durante o dia com chuvas fortes no final da tarde.

Impacto Ambiental sobre a Amazônia

Impacto Ambiental sobre a Amazônia

Juntamente com o Cerrado, a Amazônia é o bioma que experimenta as maiores taxas de conversão de florestas em uso agropecuário. Na Amazônia, esta conversão se deu, principalmente, para o estabelecimento de pastagens, com florestas sendo derrubadas e queimadas anualmente. 

A indústria de extração madeireira, embora possuindo menor importância em termos de impacto total sobre o ecossistema amazônico, tende a se constituir em sério problema em diversas regiões do Estado. 

Outra pressão significativa sobre os ecossistemas amazônicos está representada pela construção de barragens para produção de energia elétrica. Embora o impacto esteja distribuído sobre um percentual relativamente pequeno da superfície da região, há que se preocupar com a diversidade faunística das áreas a serem inundadas. 

As mudanças hidrológicas trazidas pelas barragens podem também afetar os tabuleiros de reprodução de tartarugas amazônicas. Este impacto poderá ter importantes reflexos na economia regional, porque os quelônios da região se constituem em recursos de subsistência significativos para populações locais, especialmente as próximas aos rios das Mortes e Araguaia. O impacto a ser produzido pelo barramento de rios amazônicos sobre a ictiofauna também não tem tido a devida apreciação. A mudança nos padrões de flutuação cíclica nos níveis dos rios, além das novas condições físico-químicas dos reservatórios, poderão também afetar negativamente os padrões naturais de diversidade de espécies da ictiofauna da Amazônia mato-grossense. 

Para algumas espécies da fauna amazônica, a caça comercial e de subsistência se constituem em pressões capazes de levar populações locais à extinção, ou pelo menos à uma rarefação extrema das densidades naturais. As espécies exploradas se constituem em recursos tradicionalmente utilizados como fontes de proteína pelas populações indígenas (Gross, 1975). A caça de subsistência tem sido bastante eficiente na eliminação de várias populações de primatas. A experiência com projetos de colonização na Amazônia indica que as populações de primatas são as primeiras a serem extirpadas nas áreas circunvizinhas a núcleos urbanos. 

Outro problema que causou e ainda causa tremendo impacto ambiental é o garimpo de ouro. O mercúrio utilizado no processamento do ouro tem o potencial de se incorporar nas cadeias alimentares das comunidades locais, expandindo grandemente a sua área de influência. 

A construção de estradas propaga o garimpo e traz doenças 

Além dos aspectos elencados acima vale a pena citar

Garimpo de Ouro: Assoreamento, erosão e poluição dos cursos d’água; problemas sociais; degradação da paisagem e da vida aquática; contaminação por mercúrio com conseqüências sobre a pesca e a população. 

Grandes Projetos Agropecuários: Incêndios; destruição da fauna e da flora; erosão, assoreamento e contaminação dos cursos d’água por agrotóxicos; destruição de reservas extrativistas, destruição de sítios arqueológicos. 

Mineração Industrial: Degradação da paisagem; poluição e assoreamento dos cursos d’água; esterilização de grandes áreas e impactos sócio-econômicos. 

Usinas Hidrelétricas: Impacto cultural e sócio-econômico (povos indígenas) e sobre a fauna e a flora; inundação de áreas florestais, agrícolas, etc.; destruição de sítios arqueológicos. 

Indústrias de Ferro-Gusa: Demanda de carvão vegetal da floresta nativa - desmatamento; exportação de energia a baixo valor e alto custo ambiental; poluição das águas, ar e solo. 

Grandes Indústrias: Poluição do ar, água, solo; geração de resíduos tóxicos; conflitos com o meio urbano. 
Construção de Rodovias: Destruição de culturas indígenas; propagação do garimpo e de doenças endêmicas; grandes projetos agropecuários; explosão demográfica. 

Caça e Pesca Predatória: Extinção de mamíferos aquáticos; diminuição de populações de quelônios, peixes e animais de valor econômico-geológico. 

Crescimento Populacional: Problemas sociais graves; ocupação desordenada e vertiginosa do solo (migração interna) com sérias conseqüências sobre os recursos naturais.

Cerrado

O Cerrado é a segunda maior formação vegetal brasileira e originalmente ocupava uma área de quase dois milhões de km², sendo que hoje ocupa cerca apenas 20% do total. Em Mato Grosso a área ocupada por este bioma é de aproximadamente 300 mil km², o equivalente a 34% do território estadual. 

Característico de regiões tropicais, o Cerrado apresenta duas estações bem definidas: verão chuvoso e inverno seco. Em pelo menos 2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca que prolonga-se por cinco a seis meses. 

Por ter deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, típico solo de savana tropical, abriga plantas de aparência seca e árvores de troncos retorcidos e curvados com folhas grossas e esparsas. Estas árvores e plantas vivem em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas não muito altas. Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti. 

A flora do Cerrado é uma das mais diversas do mundo, possuindo alto grau de endemismo e riqueza de espécies. Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos habitem o Cerrado. 

Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. 

Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na região favorece sua biodiversidade. 

Impactos sobre o ecossistema Cerrado

Impactos sobre o ecossistema Cerrado

A ocupação humana dos Cerrados nos últimos quarenta anos acelerou os processos impactantes sobre a região, devido ao aumento da densidade demográfica. O crescimento não foi apenas vegetativo, mas resultante de intensa migração, dobrando sua participação relativa na população nacional. Entretanto, a população da região do Cerrado apresenta-se altamente agregada, com oitenta por cento vivendo em áreas urbanas. 

As grandes pressões exercidas no momento sobre a fauna do cerrado são a destruição de habitat e a caça predatória. O Cerrado é visto como um ecossistema “menor” em termos de prioridade de conservação. Deste modo, não existem estimativas precisas de áreas convertidas à produção agropecuária neste bioma. No entanto, é certo que as taxas de destruição aumentaram consideravelmente, principalmente através da expansão da área cultivada com soja e o crescimento do rebanho bovino. 

A caça predatória é também importante como fator de rarefação de várias espécies de vertebrados de maior porte. Aproximadamente 33% das espécies de mamíferos que ocorrem no Cerrado são utilizadas como caça de subsistência, produção de peles ou mesmo como modelos experimentais. As espécies mais afetadas são a paca, a capivara, a anta, o veado-mateiro e os porcos-do-mato. Os cervídeos também são exaustivamente caçados no Cerrado. 

A área do Cerrado (incluindo regiões de transição com o Pantanal) categorizada como Parque Nacional, reserva biológica e estação ecológica, não passa de 0,8% de sua superfície. A região amazônica, certamente menos afetada por atividades antrópicas, possui 2,8% de sua extensão representada por unidades de conservação. Estas estimativas indicam que a Amazônia possui 3,5 vezes mais área de superfície preservada que o Cerrado. 

A forma mais utilizada de desmatamento do Cerrado é a dos “correntões” puxados por dois tratores, que vão derrubando toda a vegetação que estiver pela frente. Desta forma abre-se espaço para a agricultura moderna ou formação de pastagens. É a partir destas ações que a fauna e flora vão desaparecendo. Sabemos da riqueza que o ecossistema Cerrado abriga, sendo que seu desaparecimento seria uma tragédia. A expansão das atividades humanas no Cerrado (hidrelétricas, urbanização, agricultura, etc.) resulta em grandes impactos na região. 

Para manter a riqueza biológica dos Cerrados, seria necessário destinar maiores recursos para preservar e criar novos Parques Nacionais que abrigam o pouco que resta intacto.


Além dos aspectos elencados acima vale a pena citar

Grandes Projetos Agropecuários: Desmatamento de áreas nativas e grandes queimadas; drenagens - erosão, alteração da vasão dos cursos d’água, assoreamento; monocultura extensiva - desequilíbrio ecológico; uso de grandes quantidades de agrotóxicos - poluição das águas; uso de mecanização intensiva - compactação dos solos; destruição de sítios arqueológicos. 

Expansão Urbana desordenada: Destruição de nascentes de cursos d’água que formam a bacia do Pantanal; destruição da paisagem; poluição por falta de saneamento básico; destruição da rede de drenagem; abertura de cascalheiras; áreas decapeadas, áreas de extração de areia, estradas, cortes de morros, aterros e drenagens, voçorocas; desmatamento para obtenção de lenha e escoras para construção e fornos; aumento da poluição das águas com esgoto e do solo com lixo; expansão do tráfego de veículos e conseqüente poluição atmosférica e sonora; intensificação da descaracterização da  paisagem e biota nativas pela expansão de áreas ocupadas com plantas e animais exóticos. 

Invasão de Reservas Indígenas: Impacto cultural e social sobre populações indígenas; desmatamento. 
Olarias - Fábricas de Tijolos: Demanda de carvão vegetal; desmatamento do cerrado e floresta pré-amazônica. 

Garimpo de Ouro e Pedras Preciosas: Erosão, assoreamento e contaminação dos cursos d’água; impacto sócio-econômico. 

Indústria de Transformação: Destruição de cavernas calcáreas para a produção de cimento e calcário agrícola; desmatamento para a produção de carvão vegetal. 

Pantanal

Pantanal

O Pantanal é uma planície periodicamente inundável, cujo fenômeno é regulado pelas cheias e vazantes da Bacia do Rio Paraguai. Nestes ciclos das águas, estas invadem os campos, tomando quase que todas as suas terras. Nesta estação, as plantas se reproduzem e criam toda vegetação exuberante que marca com beleza este oásis biológico, de água, luz e terra. 

Na vazante do Pantanal suas terras ainda mais ricas e férteis, são invadidas pelos pássaros que buscam suas lagoas para pesca e alimentos necessários, este fato transforma a região num imenso viveiro natural. 

Esta grande bacia hidrográfica tributária do Rio Paraná, na sua parte brasileira abrange parcialmente a região Centro Oeste. A bacia de drenagem do Paraguai Superior e do Alto Paraguai alcança a área total de 548 mil km², dos quais 63,1% pertencem ao Brasil, o restante encontra-se em território paraguaio e boliviano. Cerca de 35% do Pantanal brasileiro se encontra em Mato Grosso. 

Esta imensa região alagadiça está sob influência do próprio Rio Paraguai e de alguns tributários: Rio Jauru, Piquiri, São Lourenço, Taquari e Cuiabá. A Bacia Sedimentar do Pantanal é formada de água, ar, terra, fauna e flora, dentro de mais de 240 mil km² de superfície líquida a drenar em direção sudoeste. O lençol líquido é definido, não adquire a correnteza dos caudais, desliza. 

O clima é quente e úmido, no verão, e frio e seco, no inverno. Durante a seca, os campos se tornam amarelados e não sendo raro a temperatura descer a níveis abaixo de 0 °C, e registrar geadas, influenciada pelos ventos que chegam do sul do continente. A maior parte dos solos do Pantanal são arenosos e suportam pastagens nativas utilizadas pelos herbívoros nativos e pelo gado bovino, introduzido pelos colonizadores da região. 

A vegetação pantaneira é um mosaico de três regiões distintas: amazônica, cerrado e chaco (paraguaio e boliviano). Diferencia-se o aguapé, milhões de plantas flutuantes, o mais perfeito normalizador da integração sol-ar-água-poluição. 

A grande característica da fauna pantaneira é o domínio populacional de espécies de vertebrados de médio e grande porte, que são favorecidos pelo regime hídrico da região. A região pantaneira possui uma das biodiversidades mais ricas do planeta, como mais de duas mil espécies de aves, peixes, mamíferos e répteis. Alguns animais, como o tuiuiú e o jacaré, tornaram-se verdadeiros símbolos da região. 

A área é, também, bastante importante nas rotas de migração de várias espécies de aves não-residentes, proporcionando alimentação e refúgio sazonais.

Impactos sobre o ecossistema Pantanal

Pecuária Extensiva: Competição com a fauna nativa; desequilíbrios. 

Pesca e Caça Predatória: Diminuição dos estoques pesqueiros; desequilíbrios, risco de extinção de algumas espécies de jacarés e outras espécies. 

Garimpo de Ouro e Pedras Preciosas: Erosão, assoreamento e contaminação dos cursos d’água nas cabeceiras dos rios que formam a Bacia do Rio Paraguai, com impactos diretos no Pantanal. 

Turismo Desordenado e Predatório: Desequilíbrios; estresse e morte de aves devido a fogos usados para provocarem revoadas e a saquinhos - garrafas de plásticos jogados que, se ingeridos por um animal, podem matá-lo. 

Aproveitamento dos Cerrados: Manejo agrícola inadequado de lavouras resultando em erosão dos solos, o que aumentou significativamente o sedimento de vários rios que deságuam no Pantanal; contaminação dos rios com biocidas e fertilizantes. 

Lixo e Dejetos Urbanos: Esgotos de centros urbanos (especialmente Cuiabá) e hotéis de turismo que se estabelecem às suas margens. 

Obs: A grande quantidade de água do Pantanal origina-se de outras fontes e regiões: das chuvas e dos rios que nele deságuam, principalmente da bacia do Alto Paraguai. Daí a necessidade de uma política global de recuperação e preservação dos recursos hídricos que o abastecem. 

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