Concórdia | Geografia e História de Concórdia

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Localização

Município de Concórdia situa-se na região Oeste Catarinense, na Microrregião do Alto Uruguai, a 493 km de Florianópolis, o acesso terrestre ao Município pode ser feito pelas rodovias BR-153 e SC-283, e SC- 463. O aéreo, através do aeroporto municipal "Professor Olavo Cecco Rigon", ou pelo aeroporto de Chapecó, distante 80 km do centro da Cidade de Concórdia.

O seu território mede 797,260 Km², limita-se ao norte, pelo município de Lindóia do Sul,  Ipumirim, Arabutã e Irani; ao sul, pelo Estado do Rio Grande do Sul, o município de Alto Bela Vista e Peritiba; a leste pelos municípios de Jaborá, Presidente Castelo Branco, Ipira; e a oeste pelo município de Itá.

Principais vias de acesso rodoviário
O Município de Concórdia é servido pela BR 153 e SC-283, SC-465, SC-461, SC-463 e rodovias municipais, sendo que a rodovia federal e as estaduais têm revestimento de Concreto Usinado Betuminoso à Quente (CBUQ).

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A História de Concórdia

O desbravamento

As terras do atual Estado de Santa Catarina pertenciam, em quase sua totalidade, aos espanhóis, por determinação do Tratado de Tordesilhas (1494). Com a implantação, no Brasil, do regime das Capitanias Hereditárias, pelo governo Português, em 1534, uma estreita faixa do litoral catarinense constituiu a Província de Santana, pertencente a Pedro Lopes de Souza.

O Planalto Catarinense começou a ser desbravado, quando em 1645, uma representação da Capitania de São Vicente (Estado de São Paulo) fez incursões para o sul, motivados pelas dificuldades existentes no transporte e comércio de gado. Os paulistas abriram caminho pelo sertão e fundaram Lages - Santa Catarina.

As regiões do Oeste, inclusive o atual município de Concórdia, foram desbravadas a partir desses núcleos iniciais, por jagunços, caudilhos, fanáticos e figuras lendárias, como o monge José Maria, cuja verdadeira identidade seria Miguel Lucena Boaventura.

Apoiadas no Governo Imperial, as províncias sulinas passaram a fazer concessões de terras às companhias estrangeiras. A companhia iniciadora das atividades de colonização no Município de Concórdia, em 1912, foi o Brasil Development Colonization Company, atraindo colonos de origem italiana e germânica do Rio Grande do Sul para Concórdia, fazendo com que se dedicassem à agricultura.

A colonização do município de Concórdia está fortemente ligada à ocupação e colonização do Oeste Catarinense.


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Os indígenas

O atual município e áreas próximas foram habitados pelos índios Tupis-Guaranis que, a partir do século XVIII, foram desaparecendo da região. Fixados em zonas fronteiriças com o Estado do Rio Grande do Sul, ramificando-se pelo interior de Concórdia e toda a região do antigo Contestado, a população nativa marcou significativamente sua presença no Oeste Catarinense. Os primeiros contatos entre brancos e índios não foram amistosos. Os atritos tiveram como principal causa o medo dos índios, das armas de fogo dos bugreiros, que também temiam o ataque dos índios.  Estes, por sua vez, fugiram, avançando o território argentino e outros, ainda encurralados, foram aprisionados como escravos ou liquidados.

A fixação dos brancos com a criação de suas fazendas determinou o afastamento dos poucos índios que restavam. Resignados a impotentes, procuraram formar redutos em regiões distantes.

A colonização de Concórdia teve seu início definitivo no ano de 1925, mostrando a existência de pequenos agrupamentos indígenas, com 15 a 20 elementos, que viviam longe dos brancos, em pequenas aldeias.

“Os últimos redutos, que abrigam os remanescentes Kaigangs, Xoklegs e outros grupos indígenas, que outrora dominavam o Contestado, estão descaracterizados das culturas originais, pouco guardando de suas tradições." (Concórdia o Rastro de Sua História).


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Histórico

A construção do trecho catarinense da Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande, pela "Brasil Railway Co.", iniciando em 1908 e concluído em 1910, foi preponderante para o povoamento do Meio Oeste Catarinense.

Com o objetivo de promover a colonização dessas terras, a Brazil Railway Co. constituiu uma empresa subsidiária, a Brazil Development and Colonization Company, com sede em Portland, nos Estados Unidos, autorizada a funcionar no Brasil, a partir de 13 de março de 1912. Nesta mesma época chegam os primeiros imigrantes e fundam uma pequena vila no local onde já residia o caudilho José Fabrício das Neves, considerado o pioneiro da colonização.

Em 1925, a colônia conhecida até então pelo nome de Queimados, passa a ser chamada de Colônia Concórdia, por iniciativa da Sociedade Territorial Mosele, Eberle & Ahrons Ltda.

Com a aceleração no desenvolvimento da colonização, os problemas gerados pela dependência de Cruzeiro (hoje Joaçaba) tornaram-se mais evidentes. Havia também muito descontentamento pelo fato de os impostos ali gerados serem recolhidos sem que se observasse algum retorno significativo. O povo, liderado pela Companhia Mosele, fez um abaixo-assinado pedindo a criação do Distrito.

Percebendo o crescente desenvolvimento desse núcleo colonial, o prefeito de Cruzeiro, Coronel Passos Maia, embora relutante diante do pedido que poderia significar o enfraquecimento de seus limites de influência, concluiu que tal aspiração era justa e poderia resultar positivamente tanto para o povo como ao Município.

Assim, pela Lei Municipal nº 82, de 11 de agosto de 1927, a Colônia Concórdia foi elevada à categoria de Distrito. A solenidade de instalação ocorreu a 25 de setembro do mesmo ano.


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Conheça em que ano foram criados alguns estabelecimentos:

- Cartório de Registro Civil - 27 de maio de 1926

- 1ª Escola primária - 22 de maio de 1926

- Agência postal - 20 de fevereiro de 1929

- Estação telegráfica - 1º de dezembro de 1940

- Coletoria Estadual - 22 de novembro de 1933

- Coletoria Federal - 10 de novembro de 1937

- Comarca de Concórdia Decreto nº 697 - 05 de novembro de 1934

- Instalação da Comarca - 24 de fevereiro de 1935

- 1º Juiz da Comarca - Dr. Augusto Lustosa Teixeira de Freitas

- Paróquia Nossa Senhora do Rosário - 14 de julho de 1932

- 1º Vigário Frei Minolfo Ellers - 16 de setembro de 1934

O progresso que acelerava a sua marcha fez com que a população de Concórdia aspirasse sua autonomia administrativa.

A colônia era grande e o novo município, caso viesse a ser criado, abrangeria as atuais regiões de Concórdia, Lindóia do Sul, Ipumirim, Xavantina, Seara, Arabutã, Alto Bela Vista, Itá, parte de Peritiba e parte de Presidente Castelo Branco; limitando-se com Cruzeiro (hoje Joaçaba), Chapecó, Campos Novos e o Estado do Rio Grande do Sul.

Em Marcelino Ramos, Leonel Mosele, surpreso de tão importante situação, contando com a colaboração de líderes do Distrito de Concórdia, elaborou um memorial esclarecedor sobre a situação do distrito e da intenção de seus objetivos, referendados por numerosas assinaturas do povo concordiense. Ainda incrédulo, devido a pouca idade da vila, dirigiu-se a Florianópolis, obtendo pronta acolhida do Interventor no Estado, Coronel Aristiliano Ramos, que, aprovando a solicitação, possibilitou o retorno de Mosele com a promessa de que o município seria criado imediatamente.

Assim, a 12 de julho de 1934, atendendo às justas pretensões desse povo, o Coronel Aristiliano Ramos, Interventor Federal do Estado, assinou o Decreto nº 635, que criou o Município de Concórdia, instalado solenemente no dia 29 de julho de 1934, com a presença do Dr. Plácido Olímpio de Oliveira, Secretário do Interior e Justiça.

O novo município possuía uma área de 2.745 Km², onde viviam 21.086 moradores.

No espírito e no coração de cada um desses homens, que, a 29 de julho de 1934, se dispunham a uma nova vida havia um sentimento comum: a confiança em si e em seus companheiros. Assim como a certeza de um futuro de prosperidade, a partir daquela terra, daquela comunidade que fundavam então.

Havia orgulho e esperança. O sonho maior daquela gente pioneira está concretizado hoje no município de Concórdia. Em cada construção que se ergue, em cada jardim cultivado, em cada vida. Em seus filhos, netos, em todos os que participaram e participam do trabalho  e do desenvolvimento de Concórdia.

No início da demarcação das terras da Colônia Rio do Engano, havia poucos moradores, que habitam na região dos Queimados. As instalações eram ranchos de tábuas rústicas, construídas com precariedade pelos caboclos. Os que mais se destacaram ao longo da história foram Eusébio e João Cirilo Nery, os quais possuíam uma bodega, ambos mantinham profunda amizade com José Fabrício das Neves.

Nessa época, o lugar era uma grande clareira aberta no meio da mata virgem, beirando o riacho que passava pelo local e que, devido ao seu tamanho, era visualizada de muito longe. Pensava-se no início, em fixar a sede da colônia nas terras do Major Fragosa (atual Vila Fragosos), porém, logo descartada, devido a região dos "queimados" possuir aspectos semelhantes às terras européias, das quais possíveis imigrantes descendiam.

O acesso para os pontos de maior comércio, Volta Grande e Marcelino Ramos, também influenciou para a localização da sede da colônia, devido a facilitar o escoamento da produção.

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Origem do nome de "Concórdia"

"Vila Queimados", pertencente ao município de Cruzeiro, atual Joaçaba, era como se chamava Concórdia, até 1923.

Naquele ano, depois de muitos conflitos envolvendo demarcação de terras entre colonizadores e caboclos, houve um acordo mediado por Victor Kurudz. Esse acordo passou a simbolizar a harmonia entre jagunços coordenados por José Fabrício das Neves e a Brasil Development and Colonization Company e foi selado com uma frase que ficou na história do futuro município: "Diante do que acabamos de combinar, do que acabamos de concordar, este lugar passa a ter o nome de Concórdia".

Outro fato que motivou a mudança do nome da vila (Vila Queimados) foi por este exercer uma força psicológica negativa muito forte sobre os moradores, devido às lendas contadas na região. Contavam que o nome havia sido dado devido ao rio, que cortava a vila, funcionar como depósito de caboclos mortos que eram queimados antes de serem jogados em suas águas. Para outros, eram os cadáveres de caboclos abandonados, sem famílias, após lutas entre grupos rivais e queimados vivos a mando de José Fabrício das Neves.

Firmado este acordo de paz, apenas o nome do riacho que cortava a vila manteve a denominação de Queimados, pertencendo até os dias de hoje.

Victor Kurudz, o mais antigo dentre aqueles que permaneceram na fase inicial, conhecendo profundamente a região, esclarece: "Quando aqui cheguei, destacava-se aquela clareira aberta pelas queimadas, próxima do riacho, feitas pelos caboclos da região. Logo, o lugar foi chamado de Região dos Queimados, atribuição estendida ao rio que passava pela clareira aberta na floresta densa". (Concórdia um Rastro de Sua História)

A Praça Dogello Goss é o principal  cartão postal da  cidade. Inicialmente, no ano de 1926, a praça já constava na planta da cidade, e se chamava: Santos Dumont.

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Mais tarde, após a emancipação do Município, o Prefeito Dogello Goss resolveu  "rebaixar" a altura da praça e aterrar o terreno onde ficam o Fórum e o Colégio Deodoro. As árvores foram retiradas do terreno e no centro foi erguido um mastro, para hasteamento da bandeira nacional. Com este fato o local passou a se chamar Praça da Bandeira. No ano de 1940, com o auxílio do comerciante Caetano Chiuchetta, foram plantadas árvores na praça, sendo que duas delas existem até hoje.

Na gestão seguinte, a praça ganhou postes de iluminação e bancos de concreto. A atual forma e denominação da praça ocorreram no ano de 1969, com a construção do chafariz, concha acústica, com sala de música e os sanitários públicos, uma fonte sonora luminosa, arborização organizada em canteiros, além de um parque infantil.

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