Revolta dos Farrapos (1835 a 1845)
A Revolta dos Farrapos foi a maior rebelião ocorrida no Brasil durante a Regência. Começa em 1835 no Rio Grande do Sul, estende-se até Santa Catarina e termina em 1845, no início do Segundo Reinado. Conhecidos como farrapos, ou farroupilhas, os liberais exaltados, partidários do regime federativo e republicano, insurgem-se contra o governo central e defendem maior autonomia para as províncias. No Rio Grande do Sul, eles são os emissários das queixas da elite estancieira contra os altos impostos cobrados sobre o charque, o couro e o trigo – produtos básicos da economia local. São também porta-vozes dos ressentimentos da sociedade gaúcha, que se sente abandonada pelo Império na turbulenta região da fronteira sul do país.
Ofensiva farroupilha - Em 21 de setembro de 1835, o deputado federalista e coronel das milícias Bento Gonçalves da Silva entra em Porto Alegre e destitui o presidente da província, Antônio Fernandes Braga. Com a ajuda popular, neutraliza as primeiras reações legalistas. Porto Alegre é retomada pelas forças imperiais, mas os revoltosos ampliam o controle sobre as áreas ao longo da lagoa dos Patos e na Campanha Gaúcha. Após a vitória das tropas comandadas por Souza Neto nos campos do Seival, entre Pelotas e Bagé, os rebeldes proclamam a República Rio-Grandense em 11 de setembro de 1836. A cidade de Piratini, no interior da província, vira a capital revolucionária.
República Juliana - No mês seguinte, quando se prepara para atacar Porto Alegre, Bento Gonçalves é derrotado na travessia do rio Jacuí. Condenado, é enviado para a prisão, na Bahia. Mesmo sem o chefe principal, a rebelião extravasa os limites gaúchos e ocupa a cidade de Lages, importante entreposto comercial de Santa Catarina. Ajudado pelos liberais baianos, Bento Gonçalves foge da cadeia em abril de 1837 e volta a sua província. Entre 1838 e 1839, o movimento fortalece-se. Por precaução, os revoltosos mudam a capital para Caçapava, no interior da Campanha. Com a participação do italiano Giuseppe Garibaldi, uma expedição é enviada para tomar Laguna, no litoral de Santa Catarina, numa tentativa ousada de consolidar o movimento nesta outra província. Em Laguna é proclamada a República Juliana.
Contra-ofensiva imperial - Com mais homens e armas, as forças do governo avançam contra os rebeldes. Em 1840, a capital dos insurretos é transferida para Alegrete, no extremo oeste gaúcho, para escapar do cerco inimigo. Em 1842 chega ao Rio Grande o novo presidente e comandante de armas da província, Luís Alves de Lima e Silva, então barão de Caxias. Com rápidas medidas político-administrativas e militares, Caxias revigora as tropas legalistas e abre caminho para negociações com os insurretos. Após sucessivas derrotas e com suas lideranças em crescente desentendimento, os revoltosos aceitam a paz em 28 de fevereiro de 1845.
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