A Geórgia tem uma área de 69.700km2 e limita-se ao norte com a Rússia, a
leste e sudeste com o Azerbaijão, ao sul com a Armênia, a sudoeste com a
Turquia e a oeste com o mar Negro. Situa-se em território georgiano o
monte Diklos, ponto de encontro entre a Europa e a Ásia. A capital e
principal cidade da república é Tbilisi, na região central.
País limítrofe entre Europa e Ásia, a Geórgia exibe essa peculiaridade geográfica na cultura, na formação histórica e na composição étnica de seu povo.
Geografia e população da Geórgia
O quadro natural da Geórgia oferece muitos contrastes, que justificam sua divisão em três regiões: (1) a Transcaucásia ocidental, voltada para o mar Negro e dominada pelo vale do Rioni, de clima úmido e rica vegetação subtropical; (2) a Transcaucásia oriental, mais seca na parte atravessada pelo rio Kura, onde aparecem as estepes semiáridas; (3) a cadeia do Cáucaso, que ali tem sua vertente meridional, com as encostas e altos cumes do Grande e do Pequeno Cáucaso, onde há geleiras e neves eternas.
A população é formada por uma maioria de georgianos, que convivem com russos, armênios, abkhasianos, adjarianos e ossetianos. Concentra-se sobretudo a oeste, no sopé do Cáucaso e à beira do mar Negro, onde estão algumas cidades de certa importância: Kutaisi, no médio vale do Rion, produtora de tecidos de seda e lã; Poti, porto do mar Negro, por onde se escoa o manganês de Chiatura; Sukhumi, capital de Abkhasia, no sopé do Cáucaso e estação balneária do mar Negro, com importantes instituições científicas; e Batumi, capital da Adjaria, porto do mar Negro, exportador de petróleo e sede de refinarias.
Economia da Geórgia
A Geórgia possui uma agricultura altamente mecanizada e seus principais produtos agrícolas são chá, fumo, uva, azeitona, amêndoa, frutas e grãos. Entre as riquezas minerais que explora, destacam-se o carvão, o manganês e minerais não metálicos. Por ter aproveitado seu potencial energético, a base industrial é bem desenvolvida e o país fabrica aço desde 1956. Os produtos industriais da Geórgia vão de locomotivas, motores, maquinaria agrícola e instrumentos de precisão a vinhos finos.
Indícios históricos e arqueológicos comprovam a presença na Geórgia de povos autóctones, em tempos remotos: tribos sedentárias ali se dedicavam à criação de gado e à agricultura. A lendária riqueza da Cólquida era conhecida dos antigos gregos e a área foi submetida ao Império Romano em 65 a.C. A Geórgia abraçou o cristianismo no século IV e nos três séculos seguintes envolveu-se nos conflitos entre os impérios persa e bizantino. Após o ano 654 a autoridade local passou a ser exercida por califas árabes, que estabeleceram um emirado em Tiflis (Tbilisi).
Em 1803 o czar Alexandre I anexou a Geórgia. A Rússia já dominava então todas as províncias georgianas. A política de russificação de Alexandre III suscitou forte reação nacional. Paralelamente, surgiu a nova classe operária, com a exploração do manganês, a construção de ferrovias e o desenvolvimento industrial de Tbilisi. Após a revolução russa de março de 1917, a Geórgia, controlada durante breve período pelos mencheviques, constituiu-se em estado autônomo e sua independência -- reconhecida por Lenin -- foi proclamada em maio de 1918. Em 1921 e 1924, contudo, insurreições de camponeses levaram os soviéticos, sob a orientação de Stalin e de G. K. Ordjonikidze (ambos bolcheviques georgianos), a invadirem o país. Englobada primeiro na Armênia e no Azerbaijão, dentro da república federada da Transcaucásia, a Geórgia transformou-se em uma das repúblicas da União Soviética em dezembro de 1936.
Em 1988 teve início o movimento pró-autonomia regional. Em 1990, uma coalizão não comunista favorável à independência conquistou o poder nas primeiras eleições legislativas livres e multipartidárias na Geórgia soviética. A independência foi proclamada em 9 de abril de 1991, tendo na presidência executiva o escritor Zviad Gamsakhurdia. Um ano depois assumiu o poder o georgiano Eduard Shevardnadze, ex-ministro do Exterior da União Soviética e um dos arquitetos da perestroika (abertura) implementada pelo presidente soviético Mikhail Gorbatchev.
A independência conferiu, entretanto, novo estímulo às reivindicações nacionalistas dos territórios autônomos da Geórgia, em particular a Ossétia do Sul e a Abkhasia.
Sociedade e cultura da Geórgia
Os serviços médicos na Geórgia são de alto padrão e seus balneários atraem turistas de todas as ex-repúblicas soviéticas. A educação é obrigatória até o nível secundário e a escolarização da população é satisfatória. Muitas escolas usavam o idioma georgiano mesmo durante o período soviético. A Universidade de Tbilisi foi fundada em 1918.
Tbilisi, Capital da Geórgia |
A primeira grande obra arquitetônica é a tríplice basílica de Bolnisi, do fim do século V. Obras posteriores, de grande originalidade, são os mosteiros de Djvari, perto de Tbilisi, e o de Rhipsine, em Echmiadzine (ambos datam aproximadamente do ano 600). A arquitetura religiosa atingiu a maturidade com a catedral de Oshiki, edificada pelos soberanos bagrátidas. Destacam-se ainda as catedrais de Metskhetha e de Alaverdi, e o conjunto do mosteiro de Ghelati, em Kutaisi, concluído no século XII. Fortalezas como a de Vardzia, cidade cavada na rocha, com centenas de dependências, são características também da antiga arquitetura georgiana.
Da mesma forma que a arquitetura, também a pintura georgiana teve expressão religiosa durante a Idade Média. Os artistas, quase sempre anônimos, pintaram afrescos e ícones para as igrejas, fortemente influenciados pela arte de Bizâncio. Mais recentemente destacou-se Niko Pirosmani, pintor primitivista nascido em 1862 cujos temas prediletos eram cenas rústicas e festas populares.
Dos escritores georgianos contemporâneos, o único traduzido para outras línguas fora das ex-repúblicas soviéticas é Zviad Gamsakhurdia, autor de romances históricos, em que interpreta segundo cânones marxistas o passado de seu país.
Fonte: www.megatimes.com.br