Geologia de Mato Grosso

Geologia de Mato Grosso

Geologia de Mato Grosso


Mato Grosso, em relação a compartimentação geotectônica, abrange o sul do Cráton Amazônico, correspondente a Província Estrutural do Tapajós; a Faixa de Dobramento Paraguai, que é parte da Província Estrutural do Paraná. Algumas bacias preenchidas por sedimentos fanerozóicos ocorrem tanto no interior cratônico como no domínio das faixas de dobramentos, destacando-se, dentre elas, as bacias dos Parecis, aquelas que acolheram os sedimentos cenozóicos do Pantanal mato-grossense, os da Depressão do Araguaia (Ilha do Bananal), os da Depressão do Guaporé (fronteira Brasil-Bolívia) e os de Alto Xingu. As Unidades Litoestratigráficas que compõem o Estado de Mato Grosso são as seguintes:

Arqueano

O Arqueano correspondente aos tempos anteriores à idade de 2.600 MA. São considerados neste Eon o início do desenvolvimento dos terrenos metamórficos de médio e alto graus, bem como da instalação das seqüências vulcanossedimentares, algumas do tipo greenstone belts e de complexos máfico-ultramáficos intrusivos. São Representantes dessa Era: Complexo Xingu e Goiano e Suíte Intrusiva Rio Alegre.

Proterozóico 

O Proterozóico é compreendido entre 2.600 - 570 MA, iniciando-se com a estruturação de grandes cinturões metamórficos sedimentares e/ou vulcânico-sedimentares de baixo a médio grau, peri, inter ou intracratônicos; de cinturões de retrabalhamento ensiálicos acompanhados de granitização em ambiente compreensivo; e de complexos magmáticos vulcano-plutônicos de composição ácida. 

São representantes dessa Era: Proterozóico Médio, Supergrupo Uatumã (Grupo Iriri, Suíte Intrusiva Rio Dourado, Suíte Intrusiva Tarumã, Suíte Intrusiva Teles Pires), Grupo Gorotire, Grupo Beneficente, Formação Mutum-Paraná, Suíte Intrusiva Serra da Providência, Grupo Cubencranquém, Formação Prainha, Grupo Caiabis (Formação Dardanelos, Formação Arinos), Grupo Aguapeí, Suíte Intrusiva Cariquiqui, Alcalinas Canamã, Grupo Serra do Rio Branco, Suíte Intrusiva Rondônia, Proterozóico Superior, Suíte Intrusiva Guaporé, Grupo Cuiabá, Grupo Alto Paraguai (Formação Bauxi, Formação Puga, Formação Araras, Formação Raizama, Formação Sepotuba, Formação Diamantino).

Paleozóico 

O período correspondente ao Paleozóico, entre 570-230 MA, abrange rochas graníticas da Suíte Intrusiva São Vicente e Vulcânicas de Mimoso, além de representantes da Bacia Sedimentar do Paraná e Sedimentos da Formação Jauru. São representantes dessa Era: Suíte Intrusiva São Vicente, Vulcânicas do Mimoso, Bacia Sedimentar do Paraná, Grupo Paraná (Formação Ponta Grossa), Supergrupo Tubarão (Grupo Itararé, Grupo Guatá, Grupo Passa-Dois), Grupo Pimenta Bueno, Formação Jauru.

Mesozóico e Cenozóico

Os terrenos cenozóicos apresentam uma posição de destaque em Mato Grosso, ocupando as grandes depressões do Guaporé, do Alto Paraguai e do Araguaia. Recobrem extensos platôs em planaltos sedimentares como o dos Parecis e se espalham ao longo dos vales definidos pela atual rede de drenagem. A maioria deles é formada por depósitos de origem continental, mostrando características de diversas fáceis sedimentares, que registram uma história geológica complexa, onde se sucederam eventos relacionados a movimentos epirogenéticos e eustáticos, mudanças climáticas e interferências tectônicas. São Representantes dessa Era: Coberturas Detrito-Lateríticas Neogênicas, Coberturas Detríticas e Lateríticas Pleistocênicas, Formação Pantanal, Formação Guaporé, Formação Bananal, Aluviões Atuais.

Principais estruturas geológicas

A compartimentação geotectônica de Mato Grosso abrange, em sua maior distribuição territorial, o segmento sul do Cráton Amazônico, que compreende a Província Estrutural do Tapajós; seguido da Faixa de Dobramentos Paraguai, que compreende a Província Estrutural do Tocantins e, finalmente, a Bacia do Paraná, que corresponde à Província Estrutural do Paraná. Cada Província apresenta um estilo estrutural característico e próprio de sua evolução geológica, em resposta às diversas fases ou etapas de movimentações a que esta vasta região foi submetida. As Principais Estruturas Geológicas de Mato Grosso são:


Porção Sul do Cráton Amazônico/Província Estrutural do Tapajós, Feições Lineagênicas 

Representam estas feições os lineamentos Madeira-Quatorze de Abril, São João da Barra-Teles Pires, Arinos-Aripuanã etc, e as falhas do Canamã, São João da Barra, Cristalino, Tenente Marques-Eugênia, Rio Vermelho, entre outras. Altos e Baixos Estruturais (representam esse tipo de estrutura o Graben do Cachimbo, o Alto Estrutural Juruena-Teles Pires, o Graben dos Caiabis, o Alto Estrutural Eugênia-Arinos, o Sinclinal São Pedro, o Graben da Serra Formosa, o Sinclinal do Ariranha).


Faixa de Dobramentos Paraguai/Província Estrutural do Tocantins 

Esta faixa ocupa a porção centro-meridional de Mato Grosso, onde se encontra a Faixa de Dobramentos Paraguai que, durante o Proterozóico Superior, se desenvolveu na borda sul do Cráton Amazônico, e no sul do Estado encontra-se oculta sob os sedimentos das bacias do Paraná e do Pantanal e, ao norte, pelos sedimentos do Grupo Parecis e coberturas neogênicas.

Brasilides Metamórficas (compreenderia as rochas mais antigas da faixa sedimentar, apresentando ainda rochas vulcânicas, assim como intrusões graníticas e granodioríticas com materiais subvulcânicos, localmente associados, ocorrendo em várias escalas. Podem alcançar dezenas de quilômetros de extensão, assim como grandes falhas inversas ou de empurrão que os afetam).

Brasilides não Metamórficas (seu desenvolvimento foi contíguo à borda cratônica. Devido à natureza pelítica, psamítica e dolomítica das unidades que a compõem, somados aos efeitos dos dobramentos lineares e falhamentos longitudinais que as afetaram, apresentam cordões serranos por dezenas de quilômetros de extensão. A largura da faixa dobrada varia de 20 a 50 quilômetros e sua extensão se alonga por aproximadamente 300 quilômetros).


Bacia do Paraná/Província Estrutural do Paraná

Constituindo-se numa terminação NW da Bacia intracratônica do Paraná, na área em apreço, os esforços que aí atuaram são atribuídos a movimentos epirogenéticos ascendentes e descendentes, de amplitudes diversas, responsáveis por uma tectônica rígida distensiva, que originou blocos altos e baixos ao longo dos falhamentos, além de estruturas flexurais caracterizadas por domos e arcos, responsáveis pela perturbação da feição estrutural monoclinal original que a bacia apresenta.

Estruturas Flexurais (a nordeste de Cuiabá configura-se uma importante unidade geomorfológica, representada pela Chapada ou Planalto dos Guimarães, que se alonga numa direção geral E-W por mais de 200 quilômetros. As rochas aí presentes permitem um modelado com relevo cuestiforme, cuja frente está voltada para a Depressão Cuiabana. Outra notável estrutura de conformação circular é o Domo de Araguainha, que ocupa uma área de aproximadamente 1.300 km2, no Planalto dos Guimarães, seccionada pelo Rio Araguaia).

Estruturas Lineagênicas (as Estruturas Lineagênicas são caracterizadas por inúmeros falhamentos, predominantemente de caráter normal. Destacam-se as falhas Jaciara - Serra Grande e Poxoréo. Outros falhamentos expressivos compreendem a Falha do Diamantino, Falha da Fazenda Formoso além de outros).

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