Uruguai, Geografia e História do Uruguai

Uruguai, Geografia e História do Uruguai

Uruguai, Geografia e História do UruguaiÁrea: 176.215 km²
Capital: Montevidéu.
População: 3,8 milhões

O Uruguai está situado às margens do rio da Prata, no sudeste da América do Sul. O Uruguai tem seu território coberto por campos que integram os pampas, que também se estendem por Argentina e Brasil. Cerca de 90% da população vive em cidades, quase metade na capital, Montevidéu. A maioria dos uruguaios descende de europeus, e existem minorias de origem indígena e africana. O padrão de vida do país está entre os melhores da América do Sul: tem o terceiro melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A pecuária é o setor mais tradicional da economia, com destaque para a produção de lã e carne, responsável por 51% das exportações em 2001. A agricultura baseia-se no cultivo de cereais. O setor de serviços está em expansão, em particular o turismo – incentivado pelas praias de clima moderado, banhadas pelo oceano Atlântico.

História do Uruguai

Até o século XVII, a região do atual Uruguai é habitada pelos índios charruas, chanaés e guaranis. Em 1624, os espanhóis criam uma colônia em Soriano. Em 1680, os portugueses estabelecem a Colônia de Sacramento, mas são expulsos pelos espanhóis, que, em 1726, fundam São Felipe de Montevidéu. Em 1776, a colônia torna-se parte do Vice-Reinado do Prata. Entre 1810 e 1814, José Gervasio Artigas lidera uma insurreição armada e domina Montevidéu. Com o apoio da Argentina, o território é invadido por tropas portuguesas, que acabam por derrotar Artigas, em 1816. Em seguida, o Uruguai é ocupado por novas forças, dessa vez uma aliança luso-brasileira, que resulta na anexação do território uruguaio ao Brasil, em 1821, sob o nome de Província Cisplatina. Um grupo conhecido como os 33 Orientais, liderado por Juan Antonio Lavalleja, proclama, em 1825, a independência uruguaia e, em 1827, com a ajuda de tropas argentinas, expulsa os brasileiros. A Inglaterra, interessada no comércio com a região, apóia, em 1828, a ratificação da independência uruguaia, o que resulta no Tratado do Rio de Janeiro.

Uruguai, Geografia e História do UruguaiBlancos e colorados – O crescente antagonismo entre colorados (liberais, sob a liderança de Fructuoso Rivera) e blancos (conservadores, chefiados por Manuel Oribe) provoca uma guerra civil entre 1839 e 1851. Inglaterra e França intervêm a favor dos colorados e a Argentina fica do lado dos blancos. O caudilho argentino Juan Manuel Rosas ordena a invasão do país, mas é deposto em 1852, e os invasores se retiram. Em apoio ao caudilho colorado Venancio Flores, em 1864 o Brasil intervém no Uruguai. Entre 1865 e 1870, o Uruguai participa, ao lado de Brasil e Argentina, da Tríplice Aliança, vitoriosa na Guerra do Paraguai. O presidente colorado José Batlle y Ordóñez (1903/1907 e 1911/1915) enfrenta a revolta dos blancos e controla a situação: nacionaliza os serviços públicos e cria o primeiro sistema de previdência social na América Latina. O temor de uma ditadura faz o Congresso abolir o cargo de presidente, substituído, em 1951, por um Conselho de Administração. Um referendo simultâneo às eleições de 1966, vencidas pelos colorados, restaura o presidencialismo. O declínio econômico provoca o aumento da inflação, protestos populares e a ação dos Tupamaros, guerrilheiros de esquerda surgidos em 1963. Eleito em 1971, Juan María Bordaberry fecha o Congresso em 1973 e instaura um regime repressivo, com o apoio dos militares. Em 1976, Aparicio Méndez o substitui.

Abertura – Em 1980, as Forças Armadas são derrotadas em plebiscito para referendar a nova Constituição, o que acelera a abertura democrática. Após o governo de transição do general Gregorio Álvarez, o colorado Julio María Sanguinetti vence as eleições de 1984. Em 1989 é aprovada em plebiscito a Lei do Ponto Final, que anistia os repressores da ditadura, e o blanco Luis Alberto Lacalle é eleito presidente. Ele adota uma política de privatizações, corte de gastos públicos e arrocho salarial, o que causa protestos.

 Montevidéu
 Montevidéu

Crise econômica – A economia segue estagnada, e o desemprego ultrapassa 10%. Acusações de corrupção levam à prisão, em 1996, do ex-ministro das Finanças Enrique Braga. Sanguinetti volta à Presidência em 1995 e obtém o apoio do Legislativo para aumentar impostos, cortar gastos públicos e reformar a Previdência. Em 1997, manifestantes exigem, nas ruas, investigações sobre o desaparecimento de 140 pessoas durante a ditadura, e o alto comando militar protesta contra a decisão de Sanguinetti de restituir os direitos militares a 41 oficiais afastados por motivos políticos nos anos 1970. A economia do país cresce 5,1% em 1997 e 4,3% em 1998. Em 1999, porém, crises econômicas no Brasil e na Argentina causam queda de 2,7% no Produto Interno Bruto (PIB).

Esquerda cresce – Em abril de 1999, o ex-presidente Lacalle (blanco), o senador Jorge Batlle (colorado) e o ex-prefeito de Montevidéu Tabaré Vásquez, da coalizão esquerdista Frente Ampla-Encontro Progressista (FA-EP), lançam-se candidatos à Presidência. Nas eleições gerais de outubro, a esquerda ameaça romper a hegemonia de colorados e blancos, com a vitória de Tabaré no primeiro turno, seguido por Batlle, e a conquista de maioria simples no Congresso. Os blancos apóiam Batlle no segundo turno, e ele vence com 52% dos votos, contra 44% de Tabaré. Batlle assume a Presidência em março de 2000. Em abril, destitui o comandante do Exército, o general Manuel Fernández, em virtude de sua declaração de que mais cedo ou mais tarde os militares terão de voltar a "combater o inimigo marxista-leninista". Em maio, a coalizão FA-EP ganha a eleição para o governo de Montevidéu. Colorados e blancos vencem nos 18 departamentos restantes. Em agosto, Battle instala a Comissão para a Paz, presidida pelo arcebispo Nicolás Cotugno, para investigar os crimes do regime militar. A Câmara aprova, em outubro, orçamento para o país que prevê a venda de 40% da companhia estatal de telecomunicações Ancel.

Em 2002, a economia do país é gravemente afetada pela crise na vizinha Argentina. Num esforço para evitar o contágio dessa crise, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprova crédito de aproximadamente 500 milhões de dólares ao Uruguai. O anúncio de pacote de medidas de ajustes causa protestos populares contra o governo. A crise se agrava em junho, quando o sistema bancário uruguaio sente os efeitos das retiradas por parte de argentinos que mantinham depósitos no país. Para evitar a quebra de bancos, o FMI e outros organismos aumentam o crédito ao Uruguai. O país tem acesso então a 1,5 bilhão de dólares. A crise social se agrava em 2003, com uma série de greves no setor de transportes. O Banco Mundial aprova em abril crédito de 250 milhões de dólares para o país. Em agosto, os sindicatos fazem uma greve geral de um dia em protesto contra os planos de privatização da empresa estatal Ancap, que exerce o monopólio do álcool, do cimento e dos combustíveis. Num referendo, em dezembro, 62% dos eleitores rejeitam a lei que autoriza o ingresso de capitais privados na estatal. A situação econômica da nação melhora em 2004, com a diminuição do desemprego (13,6%, em agosto) e o recorde na exportação de carne.

Esquerda no poder – Nas eleições presidenciais de 31 de outubro de 2004, o vencedor é o candidato da Frente Ampla, Tabaré Vázquez, que se torna o primeiro presidente de esquerda na história do país. Tabaré garante a vitória já no primeiro turno, em que obtém 50,4% dos votos, derrotando o candidato do Partido Blanco, Jorge Larrañaga (34,3%), e o do Partido Colorado, Guillermo Stirling (10,3%). Em suas primeiras declarações como presidente eleito, ele descarta mudanças profundas na política econômica após a posse, em 1º de março de 2005.

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