Líbano | Geografia e História do Líbano
Geografia: Área: 10.400 km². Hora local: +5h. Clima: mediterrâneo. Capital: Beirute. Cidades: Beirute (1.200.000), Trípoli (220.900), Sayda (160.000), Tiro (120.100), An Nabatiyah at Tahta (92.400).
População: 3,8 milhões; nacionalidade: libanesa; composição: árabes libaneses 80%, árabes sírios 17,5%, árabes palestinos 1,5%, curdos e armênios 1%. Idiomas: árabe (oficial), francês, curdo, armênio. Religião: islamismo 62,4% (xiitas 34%, sunitas 21,3%, druzos 7,1%), cristianismo 37,6% (católicos 25,1%, ortodoxos 11,7%, protestantes 0,5%). Moeda: libra libanesa.
Relações Exteriores: Organizações: Banco Mundial, FMI, ONU. Embaixada: Tel. (61) 443-9837, fax (61) 443-8574 – Brasília (DF); e-mail: embaixada@libano.org.br, site na internet: www.libano.org.br.
Governo: República parlamentarista. Div. administrativa: 6 governadorias. Partidos: cristãos: Falangista, Frente Libanesa, Nacional Liberal; muçulmanos: Socialista Nacionalista Sírio, Socialista Progressista, Renascimento Árabe Socialista, Jihad Islâmica e Hezbollah (fundamentalistas). Legislativo: unicameral – Assembléia Nacional, com 128 membros (50% cristãos, 50% muçulmanos). Constituição: 1926.
Desde a Antiguidade, quando abrigou a civilização fenícia, o Líbano, por causa de sua localização, na costa leste do mar Mediterrâneo, faz a ligação entre o Oriente e o Ocidente. Vários povos deixaram ali monumentos de grande valor arqueológico. O mais importante é Baalbek, onde estão as maiores colunas romanas conhecidas e um templo dedicado ao deus Baco. O sítio localiza-se na fértil região do vale do Bekka, que concentra a produção agrícola. As principais cidades, Beirute e Trípoli, ficam no litoral.
A nação foi devastada pela longa guerra civil (1975/1990) entre cristãos e muçulmanos. A reconstrução vem sendo feita lentamente com ajuda ocidental. A capital, Beirute, começa a retomar o papel de centro turístico e financeiro no Oriente Médio. Nos últimos anos, o déficit orçamentário e a dívida pública inibem o desenvolvimento, e o país entra em recessão.
O território que corresponde ao atual Líbano é o berço dos fenícios, cuja cultura floresceu por mais de 2 mil anos, a partir de 2700 a.C. Invadido por muitos povos (hititas, egípcios e persas), o território é conquistado por Alexandre, o Grande, em 332 a.C., ficando sob domínio helênico até 63 a.C., quando se torna província romana. Em 395 passa a fazer parte do Império Bizantino. Os árabes muçulmanos anexam a região entre 636 e 705. Apoiados pela parcela cristã maronita da população, os cruzados tomam o país no fim do século XI, lá permanecendo até ser expulsos pelos muçulmanos, em 1291. Sob o comando de Selim I, o Império Turco-Otomano incorpora o Líbano em 1516.
Controle francês - Após a derrota dos turcos na I Guerra Mundial, o território correspondente à Síria e ao Líbano atuais fica sob mandato francês, cuja divisão administrativa dará origem aos dois Estados. A Constituição de 1926, patrocinada pela França, torna o país uma República parlamentarista. Durante a II Guerra Mundial, em 1941, a França concede independência ao Líbano. Os nacionalistas vencem as eleições de 1943 e tentam eliminar o controle francês na região, mas as tropas da França só abandonam o país em 1947. Nos anos seguintes, o Líbano recebe 170 mil refugiados palestinos, depois da derrota dos exércitos árabes, entre os quais o libanês, na guerra pela criação do Estado de Israel (1948/1949).
Guerra Fria - Na década de 1950, a Guerra Fria entre Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS) reflete-se na política interna libanesa e soma-se a antigas diferenças étnicas e religiosas. Insurreições muçulmanas contra o presidente maronita, Camille Chamoun (pró-EUA), eclodem em 1958, com inspiração nos regimes pró-soviéticos da Síria e do Egito. Tropas dos EUA desembarcam no país e provocam imediato protesto soviético. A crise é contornada com a substituição de Chamoun e a retirada norte-americana.
Palestinos - Nova derrota árabe na Guerra dos Seis Dias contra Israel, em 1967, e o massacre dos palestinos na Jordânia durante o Setembro Negro, em 1970, fazem aumentar para mais de 300 mil o número de refugiados palestinos no Líbano. A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) estabelece seu quartel-general em Beirute e começa a atacar Israel da fronteira libanesa. A presença da OLP rompe o frágil equilíbrio entre as forças políticas no país. Os palestinos são apoiados pelos setores de esquerda, por muçulmanos e nacionalistas, e hostilizados pelos conservadores e pela parte cristã.
Guerra civil - Em abril de 1975, as tensões explodem numa guerra civil que opõe uma coalizão muçulmana (sunitas, xiitas e drusos), aliada dos palestinos, a uma aliança maronita cristã de direita. O Exército libanês fragmenta-se em facções rivais, e o governo praticamente deixa de funcionar. Em 1976, diante da iminente vitória do bloco esquerdista, a Síria invade o país para defender os cristãos, mas a aliança desses com Israel leva os sírios a mudar de lado. Durante o conflito, a Síria troca de aliados várias vezes e passa a dominar o território e as instituições libanesas.
Invasão israelense - Em junho de 1982, com o apoio das milícias cristãs, Israel invade o Líbano e chega até Beirute, com o propósito de aniquilar as forças palestinas. Após dois meses de intensos bombardeios israelenses, negocia-se a saída da OLP da capital libanesa, o que viria a ocorrer no ano seguinte. Em 16 de setembro, com permissão israelense, milícias cristãs libanesas invadem os campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila, em Beirute, massacrando mais de mil civis, em retaliação pelo assassinato, dois dias antes, do presidente cristão Bachir Gemayel. Um acordo entre Israel e Líbano, assinado em 1983, determina a retirada das tropas israelenses do território. Em contrapartida, o Líbano deveria se comprometer a não abrigar grupos armados anti-Israel.
Acordo de paz - Em 1985, as tropas israelenses se retiram para o sul, numa estreita faixa ao longo da fronteira entre Israel e Líbano, onde continuam apoiando a milícia cristã ali atuante. As três principais facções militares libanesas – a milícia drusa, a Amal (xiita) e a Falange (cristã) – assinam acordo de cessar-fogo. O pacto é boicotado pelo Hezbollah (força xiita apoiada pelo Irã), pela Murabitun (milícia muçulmana sunita) e por setores da comunidade cristã. Em outubro de 1989, a Assembléia Nacional Libanesa, reunida em At Ta’if, na Arábia Saudita, aprova o tratado de paz. Os combates só terminam em outubro de 1990.
Hegemonia síria - A Síria consolida seu domínio sobre o Líbano e instala 30 mil soldados no país. Todas as milícias são desarmadas, menos as que atuam no sul – onde o Hezbollah continua a combater as tropas israelenses com respaldo sírio. O Parlamento elege, em 1998, o novo presidente do país, o comandante do Exército Émile Lahoud. Israel retira suas tropas do sul do Líbano em 2000, sob pressão da opinião pública israelense, cansada das baixas de soldados israelenses no Líbano. O governo libanês, porém, ainda reivindica uma área de 25 quilômetros quadrados, conhecida como fazendas de Shabaa, que Israel anexa desde 1967. A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que a área pertence à Síria.
Novo primeiro-ministro - Partidos muçulmanos e não-religiosos de oposição, apoiados pelo ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, saem vitoriosos nas eleições parlamentares de 2000. O presidente Lahoud, adversário de Hariri, convoca-o para chefiar o gabinete.
A Síria retira suas forças de Beirute em 2001. Mas o país ainda mantém 27 mil soldados no norte libanês, no vale do Bekka e em bases estratégicas perto de Beirute. A retirada parcial é uma tentativa de reduzir a pressão dos cristãos maronitas contra a presença estrangeira. Em abril de 2002, depois de ser ameaçada por Israel, a Síria desloca as tropas para perto de sua fronteira.
Atentados - O Hezbollah continua a atacar, em 2001, as forças de Israel na região de Shabaa. Em janeiro de 2002, um atentado mata Eli Hobeika, que liderou, durante a guerra civil, as milícias Forças Libanesas, responsáveis diretas pelo massacre de Sabra e Chatila. Hobeika ameaçava testemunhar, envolvendo no massacre o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, se fosse levado a julgamento. Em agosto de 2003, um carro-bomba, em Beirute, mata um importante dirigente do Hezbollah. A organização atribui o atentado a agentes de Israel, que nega. A pressão internacional sobre o governo libanês aumenta em setembro de 2004, com a aprovação, pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU, de uma resolução, apresentada pelos EUA e pela França, exigindo a retirada das forças estrangeiras – ou seja, as da Síria – do Líbano e a manutenção da eleição presidencial em novembro de 2004. O Parlamento libanês, com maioria pró-Síria, ignora a resolução e prorroga o mandato de Lahoud (também apoiado pela Síria) por mais três anos. Em outubro, Hariri renuncia ao cargo de primeiro-ministro, num gesto apontado como manobra para voltar fortalecido nas eleições parlamentares de 2005. É substituído por Omar Karami.
Um caldeirão étnico e religioso
O Líbano se caracteriza por grande diversidade étnica e religiosa. Um censo em 1932 apurou que os cristãos constituíam uma pequena maioria da população (54%). A maior comunidade cristã é a de maronitas (ramo do catolicismo). Outros grupos cristãos são o grego ortodoxo, o grego católico e o armênio. Entre os grupos muçulmanos estão o dos sunitas, o dos xiitas e uma pequena comunidade da seita dos drusos. Há ainda reduzido número de judeus. Tomando-se como base o Censo de 1932, foi estabelecido um acordo em 1943 segundo o qual cargos executivos e legislativos devem ser distribuídos a uma razão de seis cristãos para cinco muçulmanos. As cadeiras no Parlamento distribuem-se por divisões religiosas. Pelo arranjo, o presidente deve ser cristão maronita; o primeiro-ministro, muçulmano sunita; e o presidente do Parlamento, muçulmano xiita. Com a fundação do Estado de Israel, em 1948, o país passa a abrigar também grande número de refugiados palestinos.
http://www.megatimes.com.br
http://www.klimanaturali.org
http://www.megatimes.com.br
http://www.klimanaturali.org