Angkor
Angkor ocupava o vasto platô de Phnom Bakheng e nele se deslocou várias vezes.
Os restos dos templos, todos construídos à semelhança da montanha
cósmica Meru, indicam seus centros sucessivos. Parece que a primeira
aglomeração ficava junto à atual Kompong Thom.
Fundada por volta do ano 800, a cidade religiosa de Angkor no Camboja, hoje em ruínas, serviu de capital aos khmers ou kambujas, povo meio tibetano, meio chinês, mas de cultura hindu (bramânica e budista), de que descendem os cambojanos modernos.
Yaçodarman I instalou-se mais para nordeste, a oito quilômetros do sítio em que se levanta agora Siem Reap, às margens do rio do mesmo nome. Denominou a nova capital, que haveria de reter tal função por 400 anos, de Yasodharapura ou Yaçodrapura (cidade da glória). Saqueada pelos chams em 1177, a capital foi reconstruída e emuralhada por Jayavarman VI e serviu de sede aos reis khmers até 1431, quando foi tomada pelo Sião. Descoberta e revelada por Henri Mouhot em 1861, Angkor passou a ser objeto de estudo pela Escola Francesa do Extremo Oriente.
Angkor Wat, construído por Suryavarman II no século XII, é apenas o mais importante monumento do conjunto de Angkor. Imenso templo real, edificado segundo um plano cruciforme, é envolvido por um grande fosso de 14km de extensão. Sobre o fosso há uma ponte guardada por nagas de pedras. Seguem-se um paredão ornado, espaçosas galerias, e o edifício principal, construído sob forma de pirâmide em degraus, com terraços que levam ao santuário do deus, no pináculo.
Angkor Tham, capital de Jayavarman VII, tinha por centro o Bayon, que é o mais antigo dos templos de Angkor. Dedicado a Shiva, é de 447 a.C. A decadência do império seguiu-se imediatamente ao glorioso reinado de Jayavarman VII. Entretanto Tchu-ta-kuan, embaixador de Kublai Khan, descreveu Angkor Tham como cidade florescente. O grande lago era povoado de barcos, as ruas animadas de palanquins e elefantes. E cada um dos templos, hoje engolidos pela vegetação, tinha um hospital anexo.