Geografia do Estado do Ceará
Situado na região Nordeste do Brasil, o Ceará ocupa uma superfície de 146.348km². Banhado pelo oceano Atlântico numa extensão de 538km, tem litoral pouco recortado, onde aparecem planícies costeiras que contêm tabuleiros terciários e praias com dunas, célebres por sua beleza. Limita-se a leste com a Paraíba e o Rio Grande do Norte, ao sul com Pernambuco e a oeste com o Piauí. A capital é Fortaleza.
Relevo do Ceará
Geologia do Ceará
De um modo geral, a geologia do Ceará pode ser dividida em duas grandes unidades distintas: o cristalino (embasamento), composto por rochas antigas e que ocupam cerca de 74% do seu território, e o sedimentar.
Topografia
Na configuração do relevo do Ceará, a progressão topográfica evolui de 0(zero) a 1.000m de altitude, em que se podem distinguir nitidamente as planícies litorâneas, as depressões sertanejas de altitudes inferiores a 200m, os pés-de-serra que ficam entre 200 e 400m, e as serras, serrotes e planaltos, que chegam a alcançar uma altitude de 400 a 1.000m acima do nível do mar.
O ponto culminante do Ceará é o Pico do Oeste, com 1.145m de altura, localizado na Serra das Matas, no limite Santa Quitéria/Mosenhor Tabosa. Seguido dele, vem o famoso Pico Alto, situado em Guaramiranga, com 1.114m, grande atração turística devido a bela paisagem unindo serra-sertão que é observada do alto da serra de Guaramiranga.
Vegetação do Ceará
cobertura vegetal do Estado do Ceará, a flora, compõe-se predominantemente das seguintes formações:
Caatinga: do tupi, mata branca, espalha-se por todo o espaço ocupando cerca de 70% de sua área. Suas características são de porte arbustivos, troncos retorcidos, folhas pequenas e caducifólias, xerófila (adaptada à escassez d'água) e raízes profundas. A caatinga hipoxerófila, que tem maior porte e densidade, aparece nas faixas de menos rigor climático, tais como a baixada litorânea e o sopé da Ibiapaba.
A caatinga hiperxerófila é a vegetação das regiões mais áridas, apresentando-se mais baixas e rala, bem como com maior quantidade de espécies espinhosas; Tem como algumas de suas espécies: algaroba, mulungu, aroeira, marmeleiro, juazeiro, pau-branco, sabiá e predeiro. As espécies cactáceas são: xique-xique, palma, facheiro e mandacaru. Seu desequilíbrio está nas queimadas e desmatamentos (retirante de lenha).
Formações Florestais: em meio a aridez predominante, destacam-se as manchas verdes das florestas que cobrem as serras e os vales úmidos;
Vegetação ciliar ou mata de galeria: ocorre como ocorrência dispersa em todo o Estado, ocupando os vales úmidos dos rios e riachos, formando densos povoamentos, nos quais a carnaúba, a oiticica, o juazeiro e o mulungu são espécies dominantes.
Vegetação de dunas, mangues e tabuleiros: ocupam espaços pouco representativos na área total do Estado. São predominantemente litorâneos.
- A vegetação de dunas são caracterizadas pelo predominância de coqueiros nas praias e pelas espécies como murici, salsa-de-praia, capim-da-praia, grama-daareia, etc.
- Os tabuleiros são planaltos pouco elevados, arenosos e de vegetação rala.
- A vegetação de mangue é encontrada em áreas sob influência das marés, tendo como características porte arbóreo/arbustivo, pobre em variedade (mangue preto, mangue branco e mangue vermelho), higráfila (adaptada à umidade) , halófita (adaptada a salinidade) e raízes suspensas. Sua importância está na manutenção do clima, evita o alagamento das áreas adjacentes, alimentação e reprodução da fauna marinha, pesca de peixe, caranguejo, camarão, e matérias-primas como madeira (construção de moradias, produção de carvão artesanato) e cipós (artesanato). As espécie animais encontradas são: garças, galinha d'água, martim-pescador, beija-flor, lavandeira, gaivotas, etc. Seus desequilíbrios estão na especulação imobiliária, desmatamentos, queimadas e despejos de esgotos e lixo.
Hidrografia do Ceará
O principal rio do Ceará é o Jaguaribe, cuja bacia drena todo o sul, o centro e o leste do estado. O norte é banhado por pequenos rios independentes, entre os quais o Coreaú, o Acaraú e o Aracatiaçu. Todos os rios do Ceará são temporários, pois "cortam" na estação das secas, isto é, secam. Dentre os açudes construídos no estado, os maiores são os de Orós, no Jaguaribe, e de Banabuiú, no rio do mesmo nome. A capacidade de armazenamento de água atinge 7,8 bilhões de metros cúbicos, mas a utilização dos açudes na irrigação ainda é reduzida.
População do Ceará
A População do Ceará é de 9.860.900 (estimativa 2020 - IBGE). O índice de mortalidade infantil do Ceará apresentou a maior queda dos Estados brasileiros, segundo dados da Unicef (2017). Entre 1991 e 2017, o índice caiu 56,7%. Atualmente é de 14,7 a cada mil nascidos. O crescimento demográfico entre 1991 e 2017 foi, em média, de 1,5% ao ano. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Ceará foi de 0,706 em 2018.
Economia do Ceará
A economia do Ceará é uma das que mais cresce nos últimos anos entre os estados do Nordeste. Sua industrialização vem superado limites, onde o governo tem trabalhado bastante na implantação de várias indústria no interior do Ceará, através de incentivos fiscais. O turismo também não fica para trás. É um dos maiores investimentos do Ceará, que vem atraindo cada vez mais turistas, e também por abrir vários setores da economia, como na indústria hoteleira, que tem vários ramos como restaurantes, lavanderias, serviços de limpeza, etc.
Artesanato no Ceará
A imagem do Ceará está para sempre ligada a figura da mulher rendeira. A renda, também conhecida como rendade-bilbo ou renda da terra é a atividade exercida por mulheres nas comunidades interioranas e sua produção está distribuída principalmente na faixa litorânea. O labirinto foi introduzido no Brasil pelo povoador português. É encontrado nas praias cearenses, praticado por mulheres de jangadeiros, principalmente na região de
Aracati, Beberibe, Cascavel e Fortaleza.
O artesanato de cestarias e do traçado no Ceará é dominado pelo emprego da palha de carnaúba, do bambu e do cipó, para a confecção dos mais variados objetos, tais como: chapéus, bolsas, cestas, etc. Os núcleos mais destacados estão nos municípios de Sobral, Russas, Limoeiro do Norte, Jaguaruana, Aracati, Massapé, Crateús, Baturité e Camocim.
A cerâmica cearense, de influência portuguesa, indígena e africana, se presta para fins utilitários, decorativo e lúdico. Além de Fortaleza, os centros mais representativos são:
Cascavel, Ipu e Juazeiro do Norte.
O Ceará possui uma antiga tradição de artigos artesanais feitos de couro. A significativa participação da pecuária e exportação de couros na nossa economia explica a rica variedade de peças artesanais produzidas com esse material. Os principais núcleos produtores são: Fortaleza, Jaguaribe, Crato e Juazeiro do Norte.
A artesanato têxtil do Estado tem como principal característica a produção de redes maciçamente localizadas nos municípios de Fortaleza e Jaguaruana. O artesanato de metal abrange diferentes ramos, tais como: latoarias, ferraria, serralheria e cutelaria. No artesanato de madeira, o Ceará destaca-se na fabricação de móveis de todos os tipos. Em Fortaleza, Canindé, Cascavel e Juazeiro do Norte é bastante difundida e pequena a indústria imobiliária. Em Barbalha existe artesanato ligado a maquinaria de engenhos de cana. Os escultores e trabalhadores em madeira estão concentrados, em grande parte, na capital cearense. No artesanato de artes gráficas, a mais importante contribuição artística do Ceará é a xilogravura para a ilustração de capas de folhetos de cordel.
A religião no Ceará tem profundas ligações com o artesanato e os imaginários são uma prova concreta da paixão do povo por sua crenças e seus santos representados pelas imagens de santos. Dois centros destacam-se como locais de veneração místicoreligiosa: Juazeiro do Norte e Canindé.
Agricultura do Ceará
A agricultura cearense apresenta-se, de uma maneira geral, em forma de culturas combinadas, estabelecendo padrões variados em cada município. Isto constitui-se num fator limitante, pois traz o empirismo dos antigos hábitos, que interfere diretamente na absorção de novas tecnologias agrícolas. Um outros fator restritivo é a falta de sementes à disposição do agricultor em tempo hábil, acarretando o emprego de sementes de baixo padrão genético e baixo poder germinativo.
Pode-se citar, como limitação, as adversidades do clima, que apresenta condições pluviométricas irregulares que vão desde a escassez de chuvas ao excesso das mesmas, trazendo sérios prejuízos para o agricultor.
No Sertão, a combinação como o algodão/milho/feijão não mostra apenas a maior participação desses cultivos na área cultivada, mas traduz o sistema com que são praticadas, em consorciação. A prática está intimamente ligada ao fácil manejo de culturas de subsistência, uma vez que permite a colheita de vários produtos dentro de uma mesma área com o emprego dos mesmos tratos culturais e uma melhor utilização dos restos dessas culturas para a pecuária extensiva, no mesmo ano. Já no Litoral, distingui-se, dentro deste conjunto, pela presença do cajueiro fazendo parte das combinações com lavouras alimentares de feijão, milho e mandioca, em regime de sequeiro e em regime irrigado com o maracujá, melão e melancia. Nos perímetros irrigados, destaca-se, notadamente, o monocultivo de culturas alimentares produtoras de grãos, como o milho, o feijão e o arroz, obedecendo em determinados casos, a rotação de culturas, nas áreas dos módulos. Ressalte-se o monocultivo da cultura de cana-de-açúcar e o policultivo de frutíferas como a banana, limão, laranja, maracujá e ainda de certas olerícolas como melão e a melancia.
Observa-se que nos municípios do Estado, aparecem como culturas mais representativas o algodão, a banana, o caju, a cana-de-açúcar, o feijão, a mandioca e o milho. Ressalta-se que as culturas de coco e hortaliças têm sua importância face ao expressivo valor sócio-econômico das mesma para as populações situadas nos locais onde são exploradas.
Pecuária no Ceará
A história do boi no Nordeste continua a ser uma história viva. No Ceará, ainda uma de suas colunas econômicas. Nos séculos XVIII e XIX foi a sua grande preocupação, a indústria pastoril. A principal mercadoria eram os rebanhos. Mercadoria de condições excepcionais: ela mesma era o valor, ela mesma transportava a si própria, ela mesma era o frete.
Sucessivas e abundantes remessas se faziam, em viagens de não mais de quatro ou cinco léguas por dia, conforme a comodidade dos pastores onde paravam. As dificuldades e prejuízos nascidos das compridas jornadas fizeram com que fosse preferida a venda de sua matéria-prima já industrialmente preparada. E tamanho foi o êxito dessas fábricas, também designadas com o nome de "charqueadas"ou "oficinas", que até o final do séc. XIX constituiu o principal e quase exclusivo comércio da capitania - a exportação da chamada carne do Ceará.
A pecuária e as atividades dela decorrentes representam parcela significativa na economia estadual. Em 1986 o Ceará respondeu por mais de 10% do rebanho bovino regional, com 2,6 milhões de cabeças, além de ter-se posicionado como terceiro produtor brasileiro de ovinos, com 1,3 milhões de cabeças. Uma das características da pecuária cearense é a diversidade de seus rebanhos, que incluem também grande número de caprinos, eqüinos, asininos e suínos, tendo inclusive o Estado condições excepcionais para o desenvolvimento da caprinocultura.
As perspectivas neste campo para novos investimentos apresenta-se bastante alentadoras, dispondo o Ceará de vastas áreas apropriadas à expansão, inclusive do setor avícola, onde o Ceará ter revelado um grau de desenvolvimento bastante expressivo, ocupado posição de destaque a nível regional.
Extrativismo Vegetal
O extrativismo vegetal reveste-se de fundamental importância para a nossa economia, muito embora os recursos disponíveis não venham sendo explorados na plenitude dos seus potenciais. A ausência do emprego de técnicas de manejo, ou ainda a inadequação destas, muito tem contribuído para a ocorrência de pequenos índices de desenvolvimento ou mesmo para a estagnação do setor, ainda que a tecnologia utilizada na fase final do beneficiamento dessas matérias-primas, tenham alcançado os mais altos níveis do Estado.