Bonde em Manaus | Amazonas

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A história do Bonde em Manaus passa por várias fases. Com todo o desenvolvimento da cidade de Manaus, vinda da borracha, no início do século, surgiu a necessidade de se implementar um meio de transporte à altura do progresso da cidade, já que a era dos bondes com tração animal estava no fim.

A novidade, na época, era o bonde elétrico . Segundo Waldemar Corrêa Stil, Manaus foi a segunda cidade do Brasil, depois de Campos, no Rio de Janeiro, a introduzir a eletricidade na iluminação pública. Assim, cria-se a viabilidade para o bonde elétrico.

O bonde surgiu no Governo de Eduardo Ribeiro. A lei para concorrência pública, promulgada em 24 de agosto de 1895, teve como vencedor o engenheiro Frank Hirst Habbletwhite, que na época assinou o contrato para as construções das linhas, num total de 20 km.

Formou-se então a empresa Manaus Railway Company que deu início a instalação das linhas.

Em 24 de fevereiro de 1896 é efetuada uma inauguração provisória para experiência.

Em 1897, conforme relatório do governador Fileto Pires Ferreira, a companhia já construíra 16 km de linhas, possuindo 16 bondes para cargas e 10 para passeios, tendo transportado 171.783 pessoas, com preço de passagens a 250 réis.

Ainda segundo o mesmo autor, para a movimentação dos bondes, que funcionava das 5 da manhã até às 22 horas, foi instalada uma usina hidrelétrica em um dos igarapés da cidade.

Inauguração
Inaugurado com grandes festejos, os serviços de transporte de passageiros por bondes em 1º de agosto de 1899, trouxe à "modernidade da época a Manaus". 

Oficialmente Manaus foi a terceira cidade do Brasil a inaugurar os serviços de bondes elétricos.

Suas linhas de tráfego eram: Flores, com 24 viagens diárias; Plano Inclinado, com 39; Cachoeirinha, com 67; Circular, com 16 viagens, e finalmente a linha da Saudade, com 53 viagens.

Estado encampa serviço
O Estado encampou o serviço de bondes em 24 de julho de 1902 e o repassou à firma Travassos e Moranhas, que por sua vez o transferiu para o engenheiro Antonio Lavadeyra.

Em 1908 é fundada a Manaus Tramways and Ligth Co, com concessão para luz e bondes elétricos durante 60 anos a partir de 27 de abril de 1908. Eram seus diretores: James Mitchell, G. M. Both, W.C. Burton e G. Watson.

Esta nova empresa absorve a antiga Manaus Railway Co. e entra em atividade em 9 de junho de 1909.

Educação para andar de bonde
Por essa época, o coronel Costa Tapajós, superintendente municipal, publica as instruções que acompanham o decreto que proibia cuspir e fumar nos bondes dos serviços elétricos, cujas multas cobradas dos infratores seriam revertidas em duas terça partes, para a Santa Casa de Misericórdia.

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Decadência do bonde
A decadência desse tipo de transporte advém com o início da Primeira Guerra Mundial de 1914 a 1918, que impediu a importação de material, como peças de reposição para os bondes.

O bonde era um meio de transporte barato, consequentemente não rendia muito à concessionária e por isso dificultada à ampliação, além de necessitar de grandes investimentos e importação de materiais.

Ao fim da Segunda Guerra Mundial de 1939 a 1945, os serviços decaíram tanto que em setembro de 1946, o presidente da República assina um decreto autorizado a intervenção federal na Manaus Tramways, a fim de assegurar a normalidade dos serviços. Em 1947 foi extinta a intervenção também por decreto presidencial, mas a companhia estava numa situação de penúria.

Em 11 de fevereiro de 1950 a Manaus Tramways foi encampada, quando já eram obsoletas e insuficientes as usinas de produção de energia elétrica. Por esse motivo e por economia de energia, os serviços dos bondes foram interrompidos.

Manaus na escuridão
A Serviços Elétrico do Estado, que encorpou a Manaus Tramways, foi obrigada a paralisar totalmente a produção de energia elétrica para a cidade, e por muitos meses Manaus viveu no escuro.

 A partir daí, foi criada a CEM ? Companhia Elétrica de Manaus, que reorganizou os serviços elétricos e, em 1956, numa tentativa efêmera, coloca novamente os bondes em funcionamento. Havia, porém, somente nove bondes em trafego e não existiam possibilidades de compra e reposição de novos carros e a expansão das linhas.

Além disso, a antiga companhia inglesa ainda lutava nos tribunais pela posse de sua concessão, o que motivou a extinção definitiva dos serviços de bondes de Manaus em 28 de fevereiro de 1957.

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