Ribeirópolis | Aspectos Históricos e Geográficos de Ribeirópolis | Sergipe
Geografia
Região: Oeste (agreste)
Distância da capital: 75 Km
População: 16.430
Atividades econômicas: Comércio, agricultura (feijão e milho) e pecuária (bovinos)
Emancipada em 18 de Dezembro de 1933, Ribeirópolis antes era chamada de Saco do Ribeiro. Um pequeno que lugarejo pertencia à Vila de Itabaiana, hoje cidade. Segundo consta em alguns escritos da época, a povoação deu-se pelo fato de aumentar cada vez mais a comercialização na feira livre, ou seja, o comércio informal. Essa foi a razão maior pela qual vários habitantes chegaram a elevar tal lugar à categoria de cidade.
Segundo o Livro “Pedaços de Sua História”, de José Gilson dos Santos, “como acontece em muitos lugares, o marco de fundação nem sempre alcança o sucesso esperado, e a razão disso foi que a partir do ano seguinte, 1915, houve uma mudança no local da feira, passando para o lugar onde ainda hoje funciona, na atual Praça da Bandeira, que também necessitou de alguns reparos de limpeza, por ser um sítio de fruteiras, onde predominavam portentosas jaqueiras, embora também com reduzido número de casas nas imediações, mas aos poucos tomando forma de logradouro público...”.
Um aspecto hilariante foi a formação do nome, que pela lenda local, advém de um visitante forasteiro que habitava aqui e tinha um saco em mãos. Porém, todo o mistério e os questionamentos estão exatamente nos objetos que ele carregava como bagagem, já que nunca mostrou a ninguém nem explicou o porquê deste saco. Para alguns, um cigano. Para os desconfiados, um ladrão “foragido”... E para a lenda: história. Pois é, saco, Ribeiro e cidade.
Nossa cidade também teve como aspecto forte e tradicional a religiosidade desde os primeiros habitantes que já realizavam Santa Missão. Para termos uma idéia, alguns moradores como o senhor Maximino Oliveira doou um pequeno terreno para construção do Salão Paroquial.
A igreja também foi uma construção que recebeu ajuda dos moradores.
Vários intendentes administraram Ribeirópolis até acontecer a primeira eleição do município, em 1947. Josué Passos foi lançado candidato da União Democrática Nacional (UDN) a prefeito de Ribeirópolis, concorrendo com Baltazar Francisco dos Santos, da família dos Cearás. A partir daí iniciou-se uma grande briga política.
Em 1954, o fazendeiro João Nunes de Carvalho concorreu pelo PSD com Josué Passos (UDN) à prefeitura de Ribeirópolis e ganhou com um voto de diferença. No entanto, a UDN entrou com recurso de recontagem de votos, a situação se inverteu e Josué foi eleito. Os pessedistas passaram a afirmar que Josué não assumiria o cargo. Pouco depois de ser empossado, ele foi assassinado em sua casa e a família Ceará foi acusada pelo homicídio.
Os Cearás não aceitaram a acusação, afirmando que Josué tinha muitos inimigos. “Os situacionistas agitaram-se em busca de prováveis criminosos e ajuizaram que só poderiam ser os chefes do partido contrário. A caça aos políticos de oposição foi imediata, e a polícia colaborou. Na casa do então deputado estadual Baltazar Santos e nas suas fazendas ninguém foi encontrado, então atearam fogo nelas. Nada restou de aproveitável. Até o gado foi retirado. Uma casa comercial foi inteiramente saqueada”, diz José Gilson.
Foram presos os irmãos Cearás: Fenelon Francisco dos Santos, Adolfo Francisco dos Santos, José Francisco dos Santos Filho e Antônio Campos de Oliveira, e vários fugiram para Serra Negra, na Bahia. Eles foram libertados quatro anos depois.
A etapa inicial do desenvolvimento do comércio de Ribeirópolis se deu graças ao povo de Itabaiana, através dos comerciantes de vários ramos de negócio, que na década de 20 abriram filiais somente em dia de feira. Os primeiros comerciantes itabaianenses que se instalaram no Saco do Ribeiro foram os irmãos Antônio e Theotônio Mesquita, no ramo dos tecidos, tendo como balconista Oviêdo Teixeira, que em 1929 já se estabelecia com comércio próprio.
A influência do itabaianense foi diminuindo gradativamente até o final dos anos 60, quando foram fechadas as últimas filiais. Hoje a presença do comerciante de Itabaiana se resume praticamente ao vendedor ambulante todas as segundas-feiras. Ribeirópolis é uma cidade que tem muitos comerciantes. O curioso é que muitas pessoas do lugar têm belas casas, sendo simplesmente feirantes.
Fundador do Bompreço é ribeiropolitano
O espírito empreendedor e dinâmico de vários comerciantes bem-sucedidos de Ribeirópolis pode ser representado pelos irmãos Pedro e Mamede Paes Mendonça.
Pedro Paes Mendonça começou com uma modesta bodega no Povoado Serra do Machado, em 1935. Já a partir de 1940 implantou uma filial em Ribeirópolis, somente funcionando em dia de feira. Em 1946 ele se estabeleceu em definitivo na sede do município, em sociedade com Justiniano Silva, com um armazém de secos e molhados, e logo após com seu irmão Mamede Paes Mendonça.
De acordo com o aposentado José Antelmo de Góes, 64 anos, os dois irmãos se desentenderam e desfizeram a sociedade. Mamede foi para Aracaju, depois para Salvador, onde criou as famosas redes de supermercados Paes Mendonça e Unimar. E Pedro permaneceu com o comércio na cidade até 1951, mas também se transferiu para Aracaju.
Em 1965 foi para Recife, onde criou o Grupo Bompreço, que hoje tem vários supermercados em todo o Nordeste. O grupo colabora muito com sua terra natal, já que implantou na Serra do Machado a Casa do Idoso, além de realizar vários trabalhos sociais.
Cultura
Todos os anos, no domingo que antecede o Carnaval, Ribeirópolis fica repleta de pessoas da região aguardando ansiosas o “corre que lá vem elas”. De chicote em punho e sujos de roxo-terra, inúmeros homens saem pelas ruas da cidade ao toque da zabumba, vestidos com roupas de mulher e usando máscaras horripilantes, confeccionadas por eles próprios. É a tradicional Festa das Caretas, que acontece todos os anos desde a década de 50.
A festa surgiu quando o comerciante e fazendeiro José Robustiano de Menezes resolveu brincar o Carnaval com seus empregados. A brincadeira, no entanto, não poderia ser realizada em data oficial porque a cidade de Itabaiana já tinha uma grande festa. O Carnaval de Robustiano acontecia em sua fazenda, um domingo antes da festa de Itabaiana. Mas quando ele foi morar na cidade, a festa passou a ser realizada pelas ruas de Ribeirópolis, e a cada ano atraía mais pessoas. O único pré-requisito para participar da festa era possuir uma máscara.
De acordo com uma pesquisa realizada pela pedagoga Viviane Góes, o desenvolvimento do festejo na comunidade explica-se, em parte, pelo fato de Robusto, como era conhecido, ter um alto poder aquisitivo e ter interesses políticos, buscando a simpatia do povo através de festas e brincadeiras. “Era uma espécie de líder regional que muito contribuiu para o desenvolvimento dos festejos no município. Com o passar dos anos, teve o apoio da prefeitura e de políticos”, informa.
Segundo Viviane, apesar de a festa permanecer forte, o grupo de caretas sofreu muitas transformações. Cerca de 20 homens saíam às ruas da cidade soltando fogos, tocando zabumba, entoando cantos populares com o intuito de despertar e convidar a população para a brincadeira a ser realizada dali a poucas horas.
As caretas, apesar do pavor que as crianças sentiam, respeitavam todos aqueles que desejavam participar da brincadeira. “Hoje muita coisa mudou: as crianças são os primeiros adeptos desse festejo e as caretas já não mais respeitam aqueles que querem ficar de fora da brincadeira, sujando todos os que encontram nas ruas, a menos que lhes dêem alguns trocados”, compara Viviane.
José Heriberto de Souza
Por muito tempo, fomos chamados de cidadãos do Saco do Ribeiro. O nome não é um dos mais charmosos e parece mesmo coisas de lenda, mas é verídico, com registros em livros e documentos diversos.
Saco do Ribeiro assim foi chamado porque nosso herói Ribeiro, como todo bom cigano, resolveu partir, deixando como herança para seus futuros descendentes um saco embaixo de uma árvore. Somos filhos órfãos de um cigano. Quem nos criou certamente foi o saco, ou melhor, aquilo que havia dentro dele. Mas antes mesmo de falarmos sobre as coisas do saco, quero fazer uma reflexão sobre esta nossa orfandade.
Lendária ou não a nossa pré-história, simbolicamente carregamos o sentimento de abandono. O cigano nos deixou porque é de sua natureza passar, vagar, não deixar raízes. Os ciganos sempre foram cidadãos do mundo, no melhor sentido do termo. Mas apesar de serem eternos transeuntes, qualquer que seja o seu destino, o saco sempre lhe acompanha. O do Ribeiro, no entanto, ficou. Menos andarilho do que seu dono, o saco criou fundações, edificou casas e educou seus descendentes.
Como estava dizendo, possivelmente quem os criou foram as coisas do saco. Quais coisas havia dentro dele, impossível mencionar sequer. Comenta-se que o saco era uma imitação da Caixa de Pandora e o nosso destino corre muito próximo ao da lenda grega. Muitos dizem ainda que esse nosso jeito de palpiteiro, imaginativo, fantasioso, pode estar intimamente relacionado com o saco.
De tanto a gente imaginar o que havia dentro dele, acabamos por cultuar o hábito de dizer, com riqueza de detalhes, o que não vimos. De fato, nós somos mesmo mestres em contar histórias fantásticas que somente bons escritores possuem tanta habilidade. Recriamos, a partir de nossa imaginação, o real e fingimos acreditar em sua veracidade. Em terra de gente palpiteira como a nossa, fica difícil dizer com que anda a veracidade.
A história do saco não pára por aí. Dentro dele havia mais coisas do que pode julgar a vã filosofia do leitor. A lenda nos diz que o nosso herói cigano era um bandido corrido. Ao sair às pressas da região, esquecera o saco. Contam ainda que dentro dele havia máscaras, que mais pareciam caretas, usadas pelo Ribeiro para ocultar sua verdadeira identidade e, até mesmo, para intimidar a população.
Do Ribeiro romântico e andarilho chegamos ao Ribeiro bandido e do saco, nossa mãe de criação, a suposta origem do grupo Caretas de Ribeirópolis.
Filhos Ilustres de Ribeirópolis
http://www.klimanaturali.org
http://www.geografiatotal.com.br
Região: Oeste (agreste)
Distância da capital: 75 Km
População: 16.430
Atividades econômicas: Comércio, agricultura (feijão e milho) e pecuária (bovinos)
Emancipada em 18 de Dezembro de 1933, Ribeirópolis antes era chamada de Saco do Ribeiro. Um pequeno que lugarejo pertencia à Vila de Itabaiana, hoje cidade. Segundo consta em alguns escritos da época, a povoação deu-se pelo fato de aumentar cada vez mais a comercialização na feira livre, ou seja, o comércio informal. Essa foi a razão maior pela qual vários habitantes chegaram a elevar tal lugar à categoria de cidade.
Segundo o Livro “Pedaços de Sua História”, de José Gilson dos Santos, “como acontece em muitos lugares, o marco de fundação nem sempre alcança o sucesso esperado, e a razão disso foi que a partir do ano seguinte, 1915, houve uma mudança no local da feira, passando para o lugar onde ainda hoje funciona, na atual Praça da Bandeira, que também necessitou de alguns reparos de limpeza, por ser um sítio de fruteiras, onde predominavam portentosas jaqueiras, embora também com reduzido número de casas nas imediações, mas aos poucos tomando forma de logradouro público...”.
Um aspecto hilariante foi a formação do nome, que pela lenda local, advém de um visitante forasteiro que habitava aqui e tinha um saco em mãos. Porém, todo o mistério e os questionamentos estão exatamente nos objetos que ele carregava como bagagem, já que nunca mostrou a ninguém nem explicou o porquê deste saco. Para alguns, um cigano. Para os desconfiados, um ladrão “foragido”... E para a lenda: história. Pois é, saco, Ribeiro e cidade.
Nossa cidade também teve como aspecto forte e tradicional a religiosidade desde os primeiros habitantes que já realizavam Santa Missão. Para termos uma idéia, alguns moradores como o senhor Maximino Oliveira doou um pequeno terreno para construção do Salão Paroquial.
A igreja também foi uma construção que recebeu ajuda dos moradores.
Vários intendentes administraram Ribeirópolis até acontecer a primeira eleição do município, em 1947. Josué Passos foi lançado candidato da União Democrática Nacional (UDN) a prefeito de Ribeirópolis, concorrendo com Baltazar Francisco dos Santos, da família dos Cearás. A partir daí iniciou-se uma grande briga política.
Em 1954, o fazendeiro João Nunes de Carvalho concorreu pelo PSD com Josué Passos (UDN) à prefeitura de Ribeirópolis e ganhou com um voto de diferença. No entanto, a UDN entrou com recurso de recontagem de votos, a situação se inverteu e Josué foi eleito. Os pessedistas passaram a afirmar que Josué não assumiria o cargo. Pouco depois de ser empossado, ele foi assassinado em sua casa e a família Ceará foi acusada pelo homicídio.
Foram presos os irmãos Cearás: Fenelon Francisco dos Santos, Adolfo Francisco dos Santos, José Francisco dos Santos Filho e Antônio Campos de Oliveira, e vários fugiram para Serra Negra, na Bahia. Eles foram libertados quatro anos depois.
A etapa inicial do desenvolvimento do comércio de Ribeirópolis se deu graças ao povo de Itabaiana, através dos comerciantes de vários ramos de negócio, que na década de 20 abriram filiais somente em dia de feira. Os primeiros comerciantes itabaianenses que se instalaram no Saco do Ribeiro foram os irmãos Antônio e Theotônio Mesquita, no ramo dos tecidos, tendo como balconista Oviêdo Teixeira, que em 1929 já se estabelecia com comércio próprio.
A influência do itabaianense foi diminuindo gradativamente até o final dos anos 60, quando foram fechadas as últimas filiais. Hoje a presença do comerciante de Itabaiana se resume praticamente ao vendedor ambulante todas as segundas-feiras. Ribeirópolis é uma cidade que tem muitos comerciantes. O curioso é que muitas pessoas do lugar têm belas casas, sendo simplesmente feirantes.
Fundador do Bompreço é ribeiropolitano
O espírito empreendedor e dinâmico de vários comerciantes bem-sucedidos de Ribeirópolis pode ser representado pelos irmãos Pedro e Mamede Paes Mendonça.
Pedro Paes Mendonça começou com uma modesta bodega no Povoado Serra do Machado, em 1935. Já a partir de 1940 implantou uma filial em Ribeirópolis, somente funcionando em dia de feira. Em 1946 ele se estabeleceu em definitivo na sede do município, em sociedade com Justiniano Silva, com um armazém de secos e molhados, e logo após com seu irmão Mamede Paes Mendonça.
De acordo com o aposentado José Antelmo de Góes, 64 anos, os dois irmãos se desentenderam e desfizeram a sociedade. Mamede foi para Aracaju, depois para Salvador, onde criou as famosas redes de supermercados Paes Mendonça e Unimar. E Pedro permaneceu com o comércio na cidade até 1951, mas também se transferiu para Aracaju.
Em 1965 foi para Recife, onde criou o Grupo Bompreço, que hoje tem vários supermercados em todo o Nordeste. O grupo colabora muito com sua terra natal, já que implantou na Serra do Machado a Casa do Idoso, além de realizar vários trabalhos sociais.
Cultura
Todos os anos, no domingo que antecede o Carnaval, Ribeirópolis fica repleta de pessoas da região aguardando ansiosas o “corre que lá vem elas”. De chicote em punho e sujos de roxo-terra, inúmeros homens saem pelas ruas da cidade ao toque da zabumba, vestidos com roupas de mulher e usando máscaras horripilantes, confeccionadas por eles próprios. É a tradicional Festa das Caretas, que acontece todos os anos desde a década de 50.
A festa surgiu quando o comerciante e fazendeiro José Robustiano de Menezes resolveu brincar o Carnaval com seus empregados. A brincadeira, no entanto, não poderia ser realizada em data oficial porque a cidade de Itabaiana já tinha uma grande festa. O Carnaval de Robustiano acontecia em sua fazenda, um domingo antes da festa de Itabaiana. Mas quando ele foi morar na cidade, a festa passou a ser realizada pelas ruas de Ribeirópolis, e a cada ano atraía mais pessoas. O único pré-requisito para participar da festa era possuir uma máscara.
De acordo com uma pesquisa realizada pela pedagoga Viviane Góes, o desenvolvimento do festejo na comunidade explica-se, em parte, pelo fato de Robusto, como era conhecido, ter um alto poder aquisitivo e ter interesses políticos, buscando a simpatia do povo através de festas e brincadeiras. “Era uma espécie de líder regional que muito contribuiu para o desenvolvimento dos festejos no município. Com o passar dos anos, teve o apoio da prefeitura e de políticos”, informa.
Segundo Viviane, apesar de a festa permanecer forte, o grupo de caretas sofreu muitas transformações. Cerca de 20 homens saíam às ruas da cidade soltando fogos, tocando zabumba, entoando cantos populares com o intuito de despertar e convidar a população para a brincadeira a ser realizada dali a poucas horas.
As caretas, apesar do pavor que as crianças sentiam, respeitavam todos aqueles que desejavam participar da brincadeira. “Hoje muita coisa mudou: as crianças são os primeiros adeptos desse festejo e as caretas já não mais respeitam aqueles que querem ficar de fora da brincadeira, sujando todos os que encontram nas ruas, a menos que lhes dêem alguns trocados”, compara Viviane.
José Heriberto de Souza
Por muito tempo, fomos chamados de cidadãos do Saco do Ribeiro. O nome não é um dos mais charmosos e parece mesmo coisas de lenda, mas é verídico, com registros em livros e documentos diversos.
Saco do Ribeiro assim foi chamado porque nosso herói Ribeiro, como todo bom cigano, resolveu partir, deixando como herança para seus futuros descendentes um saco embaixo de uma árvore. Somos filhos órfãos de um cigano. Quem nos criou certamente foi o saco, ou melhor, aquilo que havia dentro dele. Mas antes mesmo de falarmos sobre as coisas do saco, quero fazer uma reflexão sobre esta nossa orfandade.
Lendária ou não a nossa pré-história, simbolicamente carregamos o sentimento de abandono. O cigano nos deixou porque é de sua natureza passar, vagar, não deixar raízes. Os ciganos sempre foram cidadãos do mundo, no melhor sentido do termo. Mas apesar de serem eternos transeuntes, qualquer que seja o seu destino, o saco sempre lhe acompanha. O do Ribeiro, no entanto, ficou. Menos andarilho do que seu dono, o saco criou fundações, edificou casas e educou seus descendentes.
Como estava dizendo, possivelmente quem os criou foram as coisas do saco. Quais coisas havia dentro dele, impossível mencionar sequer. Comenta-se que o saco era uma imitação da Caixa de Pandora e o nosso destino corre muito próximo ao da lenda grega. Muitos dizem ainda que esse nosso jeito de palpiteiro, imaginativo, fantasioso, pode estar intimamente relacionado com o saco.
De tanto a gente imaginar o que havia dentro dele, acabamos por cultuar o hábito de dizer, com riqueza de detalhes, o que não vimos. De fato, nós somos mesmo mestres em contar histórias fantásticas que somente bons escritores possuem tanta habilidade. Recriamos, a partir de nossa imaginação, o real e fingimos acreditar em sua veracidade. Em terra de gente palpiteira como a nossa, fica difícil dizer com que anda a veracidade.
A história do saco não pára por aí. Dentro dele havia mais coisas do que pode julgar a vã filosofia do leitor. A lenda nos diz que o nosso herói cigano era um bandido corrido. Ao sair às pressas da região, esquecera o saco. Contam ainda que dentro dele havia máscaras, que mais pareciam caretas, usadas pelo Ribeiro para ocultar sua verdadeira identidade e, até mesmo, para intimidar a população.
Do Ribeiro romântico e andarilho chegamos ao Ribeiro bandido e do saco, nossa mãe de criação, a suposta origem do grupo Caretas de Ribeirópolis.
Filhos Ilustres de Ribeirópolis
- Pedro Paes Mendonça - fundador da rede de supermercados Bompreço
- Mamede Paes Mendonça - irmão de Pedro e fundador das redes de supermercados Paes Mendonça e Unimar.
- Euclides Paes Mendonça - Foi deputado estadual e federal. Assassinado em Itabaiana junto com seu filho Antônio Oliveira Mendonça, que era deputado estadual, durante uma manifestação em 1963.
- José Sebastião dos Santos - professor e proprietário do Colégio e Faculdade Pio X e do Colégio Professor José Sebastião dos Santos.
- Josué Modesto dos Passos - atual vice-reitor da UFS
- João Costa - professor de Português na UFS
- José Gilson dos Santos - advogado e ex-promotor de Justiça
- Josué Passos - ex-prefeito de Ribeirópolis e ex-deputado. Assassinado dentro de casa.
- Francisco Passos - irmão de Josué, ex-prefeito de Ribeirópolis e deputado várias vezes.
- Antônio Passos - filho de Francisco Passos, foi prefeito de Ribeirópolis e é atualmente deputado estadual
- Baltazar Francisco dos Santos - foi prefeito e deputado estadual
- José Rivaldo Santos - deputado estadual e juiz de Direito aposentado
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