Pressão Atmosférica e Ventos

Pressão Atmosférica e Ventos

Pressão atmosférica é o peso que o ar exerce sobre uma superfície e resulta da força transmitida pelas moléculas de ar em direção superfície. Em termos médios, a pressão atmosférica corresponde a 1.013 mb (milibares).
A densidade do ar é alterada com a altitude, como resultado da ação gravitacional. Já a variação do ar em superfície se dá devido a distribuição de energia e de umidade no globo. O aquecimento do ar conduz ao aumento da energia cinética das moléculas, o que produz um maior número de choques entre elas. Com isso, as moléculas passam a se distanciar umas das outras, ocasionando uma expansão do ar e, consequentemente, uma diminuição na pressão exercida por ele. Ao contrário, quando o ar se resfria, as moléculas têm seus movimentos cinéticos reduzidos, diminuindo as possibilidades de choque entre elas. Em consequência, a densidade do ar eleva-se, caracterizando uma área de alta pressão.

Pressão Atmosférica e Ventos

A variação espacial da pressão pode ser entendida tomando-se a distribuição de energia no globo, representada pelas zonas climáticas. Assim nas faixas de baixas latitudes, onde se tem elevada concentração de energia solar, o forte aquecimento leva à expansão do ar, formando uma grande zona de baixas pressões. Já nas zonas frias o déficit de energia possibilita a formação de ares de altas pressões. Outro fator que influencia na pressão atmosférica é a temperatura. Ao compararmos duas massas de ar, sendo uma delas mais quente que a outra, a primeira sofrerá uma dilatação, uma expansão que provocará uma densidade menor. A massa menos quente será mais densa, portanto mais pesada, ou seja, com maior pressão atmosférica.

A pressão atmosférica sofre variações regulares e irregulares; as primeiras são produzidas pelo aquecimento solar, podendo alterar de modo diurno e anual. A variação diurna pode ser observada ao acompanhar a cada hora a pressão através de um barômetro. A pressão atmosférica varia durante o dia em função da variação diária da temperatura do ar. Já a variação anual ocorre em consequência das alterações de temperatura, sendo a pressão atmosférica mais alta no inverno e mais baixa no verão, nas áreas continentais.

As variações irregulares ocorrem devido aos turbilhões da massa de ar, sendo responsáveis pelas mudanças do tempo. A distribuição da pressão atmosférica permite definir as zonas planetárias de alta pressão, chamadas de anticiclone ou zonas anticiclonais e de baixa pressão chamadas de ciclone ou zonas ciclonais. A umidade do ar também é um fator importante para a variação espacial da pressão na superfície. Sendo assim, os movimentos verticais de subida e descida do ar são extremamente importantes para a compreensão dos campos de pressão em superfície. O ar sempre converge nas áreas de baixa pressão e diverge nas de alta em movimentos espiralados. Assim, a movimentação do ar, ou o vento, se dá sempre das zonas de altas pressões atmosféricas para as zonas de baixas pressões atmosféricas.

Ventos

Ventos
Ocorrem constantes movimentos complexos na atmosfera devido ao deslocamento horizontal e/ou vertical das massas de ar. O equilíbrio da atmosfera pode se desfazer devido principalmente à variação de temperatura e pressão atmosférica na superfície terrestre, originando o vento. Ou seja, quando há mudança nas temperaturas das regiões, campos de pressão atmosférica diferentes são originados, ocasionando a movimentação do ar, ou seja o vento. Existem diferentes tipos de vento, variando sua frequência, temperatura, velocidade, entre outros. A velocidade do vento é medida pelo anemômetro, que mede o número de voltas que o vento produz em pequenas cavidades hemisféricas.
A direção do vento indica sua origem, podendo alterar o clima de uma região, mas existem outros fatores que também influenciam nos movimentos dos ventos. Os mais importantes são a rotação da Terra, que já foi explicada anteriormente, e o atrito produzido com a superfície. O atrito pode provocar turbulências, retardar ou desviar o vento.
Ventos sazonais

Ventos sazonais
As monções envolvem grandes extensões tropicais do globo constituindo os mais notáveis ventos de variação sazonal, que são resultados dos contrastes de pressão atmosférica que se formam sazonalmente entre os continentes e oceanos. No verão os continentes se aquecem mais rapidamente que os oceanos, formando vários centros de baixas pressões relativas, que favorecem o deslocamento do ar marítimo para seu interior, gerando as monções de verão, que se caracterizam por serem quentes e promoverem intensas chuvas devido à umidade nelas contidas e à instabilidade promovida pelo forte aquecimento da estação. Já no período de inverno, quando os oceanos se apresentam relativamente mais quentes que os continentes, os gradientes de pressão se invertem, e o ar passa a escoar do continente para o litoral, caracterizando a monção de inverno, que provoca rebaixamento
da temperatura e estiagem.

Ventos locais

Ventos locais
Outros ventos originados pelo movimento das massas de ar polares, principalmente no inverno, e das massas tropicais continentais, na primavera e no verão, geram ventos frios e quentes, e, devido às características e à frequência com que atuam, recebem nomes locais como:

Mistral – vento frio, de origem polar, que ocorre no inverno, no vale do Reno, na França, no norte da Itália e na Grécia.

Siroco – corresponde ao vento quente que ocorre notadamente na primavera, na Europa Mediterrânea, proveniente da massa tropical continental do Saara e do deserto da Arábia. Quando sua trajetória se dá sobre o mar Mediterrâneo, ele ganha umidade, transformando-se em um vento quente e úmido.

Minuano ou pampeiro – vento frio, oriundo das massas polares, que ocorre no inverno, na região dos pampas gaúchos (Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul). Os ventos locais decorrem de um gradiente de pressão local que se estabelece como resultado do aquecimento diferencial da superfície com a alternância do dia e da noite. Esses ventos são classificados em brisa marítima e oceânica, brisa terrestre e continental e brisas de vale e montanha.
Durante o dia a praia se aquece mais do que a água do mar, o que estabelece um campo de pressão alta acima do oceano e um campo de pressão baixa acima a superfície terrestre. Como o vento sempre sopra da zona de alta pressão para a de baixa pressão, durante o dia o vento sopra do mar para a terra, definindo a brisa marítima. Já à noite ocorre o contrário e o vento sopra da terra para o mar. É o que chamamos de brisa terrestre. Nas áreas montanhosas, no decorrer do dia, as encostas dos vales, ao absorverem energia solar, aquecem o ar com maior intensidade. Este, ao expandir-se, torna-se mais leve que o ar do vale, ocasionando um movimento ascendente, chamado brisa de vale. 

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