Amazonas | Riquezas Ocultas e Cobiça Mundial

Amazonas | Riquezas Ocultas e Cobiça Mundial

Amazonas | Riquezas Ocultas e Cobiça Mundial

Um dos maiores desafios na abordagem da Amazônia é vê-la tal qual ela é (o que acaba levando a ver várias Amazônias). A região provoca o imaginário de todos que se interessam por ela. Os espanhóis, os primeiros europeus a formarem uma idéia completa sobre a Amazônia, batizaram-na a partir da mitologia grega.“Viram”guerreiras amazonas em combate, mesmo que inexistentes. Alexander Humboldt classificou-a de celeiro do mundo, no século XVIII, mesmo sem ter penetrado no núcleo amazônico. O governo português, que controlava a região, proibiu a entrada do sábio alemão. Considerava-o um espião.

Quase todos, do mais bem informado ao semi-ignorante sobre a região, acreditaram no passado e continuam a crer hoje que há riquezas ocultas na Amazônia. A convicção de que basta assegurar presença nela para usufruir descobertas no futuro, tornou a questão da posse da Amazônia num tema permanente, explícita ou disfarçadamente. Investimentos são feitos não para retorno imediato, com a segurança que orienta a aplicação de capital em outras regiões, mas para garantir um domínio futuro e atingir um objetivo que às vezes sequer está formulado.

Exatamente por isso, a questão da internacionalização se estabeleceu na Amazônia desde que espanhóis e portugueses, mesmo quando permaneceram sob a mesma bandeira (a da Espanha) por 60 anos, entre os séculos XVI e XVII, se digladiaram e manobraram para ocupar possessões cada vez maiores. Quando as duas coroas se separam, a corrida territorial continuou, em favor dos portugueses (que alimentaram a esperança de manter o controle da Amazônia, mesmo quando o Brasil se tornasse independente). E prossegue até hoje, ainda (ou sobretudo) quando os lances ocorrem no âmbito diplomático, nos gabinetes. Dada a aura de lendas e mistérios que cerca a Amazônia, ninguém acredita que sua história transcorre à luz do dia. É à sombra que a máquina do tempo – e dos interesses – mais funciona na região (e, sobretudo, fora dela, nas sedes das corporações econômicas e nos centros do saber de vanguarda). Daí a profusão de teorias e denúncias, algumas conspirativas, outras nem tanto. Elas surgem e germinam, independentemente de sua consistência, porque não existe solo mais fértil para a imaginação do que o amazônico.

www.megatimes.com.br
www.klimanaturali.org
Postagem Anterior Próxima Postagem