Mazagão, Aspectos Geográficos e Sociais de Mazagão | Amapá

Mazagão, Aspectos Geográficos e Sociais de Mazagão | Amapá

Mazagão, Aspectos Geográficos e Sociais de Mazagão | Amapá

Geografia

População: 19.571
Área (km²): 13.294,776Densidade demográfica (hab/km²): 1,30

Divisão política

Comunidades e distritos de Ajudante, Mazagão (sede), Mazagão Velho, Carvão,

Atrações Turísticas

O povo de Mazagão é bastante católico e mantém como tradição cultural a realização da Festa de São Tiago, que ocorre de 16 a 27 de julho, onde são encenadas as batalhas que relembram a luta entre mouros e cristãos. A festa tem esse nome pelo fato de nela haver se destacado um jovem cavaleiro lendário de nome Tiago, que teria ajudado aos cristãos a derrotar os mouros.

Eventos culturais

Comemora-se no dia 13 de janeiro o aniversário da cidade. No mês de agosto, há os festejos em homenagem à padroeira da cidade: Nossa Senhora da Assunção. Há ainda o “festival da laranja” no mês de agosto e o “festival do abacaxi” na primeira semana do mês de setembro.
A cidade de Mazagão liga-se à Macapá por via fluvial e rodoviária.

História de Mazagão

A antiga cidade da Mazagão Amazônica, apesar do grande prestígio que gozou no início de sua povoação, não logrou o mesmo êxito, principalmente a partir dos últimos anos do século passado, tendo até mesmo sido rebaixada à antiga categoria de povoado.

O governo do Estado do Pará, após analisar relatórios que constantemente lhe eram enviados descrevendo a situação política, econômica e social de Mazagão Velho, resolveu, por volta de 1915, autorizar que fosse esse burgo incorporado ao de Macapá. Os mazaganistas acharam a medida arbitrária, pois traria inúmeros prejuízos a sua cultura. Por outro lado, queriam continuar politicamente autônomos. As autoridades decidiram então, que se deveria escolher um novo local para a instalação da sede do Município. A escolha recaiu sobre uma área que fica ao Norte da antiga Mazagão Velho, mais próxima da cidade de Macapá, entre o rio Vila Nova e o braço esquerdo do Amazonas.

Ergueram-se as primeiras casas na nova localidade e para lá se transferiram algumas famílias, indignadas com o fato da vila haver perdido status de cidade. O que se deu através da lei estadual do Pará – nº 46.

Foi criada, então, a nova cidade de Mazagão, cuja instalação se deu no dia 15 de novembro de 1915. Para evitar equívocos em relação à primeira, a cidade recebeu o nome de Mazagão Novo ou Mazaganópolis, onde funciona atualmente a sede desse Município do Estado do Amapá.

Américo Vespúcio, no ano de 1499, participando da expedição de Alonso de Hojeda, sob as ordens dos reis católicos da Espanha, Fernando e Isabel (Castela e Aragão), percorreu o litoral amapaense, conforme documenta a carta escrita por esse navegador. Neste documento histórico, ele narra sua passagem, quando atravessou com sua expedição, a linha do equador, passando pelas ilhas da Caviana, dos Porcos e do Pará, em frente ao Município de Mazagão.

Em 1623, os ingleses estiveram presentes no rio Cajary, município de Mazagão, com o intuito de se apossarem da região e nela se estabelecerem. Operando, desta forma, resistência ao nativo e ao elemento lusitano.

De acordo com registros realizados em Londres, os anglo-saxões deram os primeiros passos à conquista e colonização da rica área do Cajary. Localidade próspera em riquezas minerais (petróleo, xisto betuminoso etc), até hoje não exploradas, apesar de haverem sido realizadas pesquisas naquele local, pelo alemão Fritz Ackerman, que lá esteve a serviço do Território do Amapá, durante os últimos anos da década 40 e os primeiros anos da década de 50.

Os ingleses retiraram-se do vale do Cajary por volta de 1625, expulsos que foram pela expedição de Pedro Teixeira, em obediência ao governador do Estado do Maranhão e Grão-Pará, Bento Maciel Parente.

Devido conflitos religiosos entre portugueses, cristãos e árabes muçulmanos, em 10 de março de 1769 D. José I, rei de Portugal desativou a cidade de Mazagão em território marroquino e o destino de muitas famílias foi a Tucujulândia, precisamente, a atual Mazagão.

Em 7 de junho de 1770, começaram a ser transferidas 136 famílias para a nova Mazagão, hoje Mazagão Velho, denominação que passou a vigorar para a localidade desde o dia 23 de janeiro de 1770, quando foi elevada à categoria de Vila.

Lobo D’Almada assumiu função militar e de presidente da Câmara Municipal, impulsionando o progresso da nova Mazagão. No entanto, foi na administração do sargento-mor, Izidoro José da Fonseca Cabral de Mesquita, que a vila, de fato, prosperou. Ele assumiu o comando da Vila em 25 de abril de 1775. Em 1778, cultivava-se na região, algodão e arroz, chegando a produção de cereal ser tão elevada que abastecia o comércio da cidade de Belém do Pará.

A prosperidade da nova Mazagão, teve, entretanto, vida curta. Em 1781, uma epidemia de cólera grassou na região, matando dezenas de mazaganenses, o que prejudicou enormemente a economia do município.

Em 1833, Mazagão desce à categoria de Vila, isto é, retornando à condição de povoado, passando por um período dito de “Regeneração”. Sua jurisdição administrativa ficou, portanto, subordinada ao município de Macapá.

Em 7 de janeiro de 1835, eclodiu a Cabanagem e a notícia chegou à Macapá e, desta para Mazagão Velho.

Os mazaganenses não aderiram aos cabanos, pois a Cabanagem era um movimento reformista, integrado basicamente por mestiços. Os mazaganenses eram descendentes de antigos colonos portugueses não miscigenados e de um grupo dominante na região. O temor pela perda dos privilégios os lavaria a formar, com o apoio dos moradores das vilas do Gurupá, Monte Alegre, Santarém e Cametá, uma frente de reação aos cabanos.

Em Mazagão Velho – que naquele momento havia regredido em sua condição – a reação à Cabanagem foi comandada pelo capitão João Ferreira Nóbrega e pelo juiz de Direito Manoel Gomes da Penha, que organizaram uma força de 400 homens para o embate.

A luta entre cabanos e tropas imperiais no baixo Amazonas fez com que os cabanos se refugiassem no Município de Macapá, nas ilhas de Santana, Vieirinha, além da comunidade do Furo do Beija-Flor.

Em 20 de dezembro de 1835 os cabanos foram atacados por tropas macapaenses e mazaganenses e assim, expulsos da região.
Em 30 de abril de 1841, através da lei provincial do Pará nº 86, a localidade volta a denominar-se Mazagão Velho.

Em 19 de abril de 1888, Mazagão Velho é elevado à categoria de cidade, por determinação da lei provincial nº 1334.

Mazagão é considerado, praticamente, o porto de entrada da raça negra no Amapá. Para lá foram negros originários do Norte da África, na região de Marrocos (Mauritânia), colonizados pelos portugueses que os trouxeram visando os domínios lusitanos a partir da construção de um forte na África.

Os primeiros habitantes de Mazagão foram: 136 famílias brancas e 103 escravos, que se transformaram nos primeiros agricultores daquela região. Os habitantes de Mazagão ainda procuram preservar, tanto na igreja quanto consigo (em suas próprias casas), o que restou da cultura que legaram dos negros oriundos do Norte da África nos séculos XVII e XVIII. Guardam imagens de madeira e de marfim com adornos de ouro e prata; diversos outros objetos como castiçais, cálices, crucifixos, coroas de prata etc. Por mais que tentem preservar, muitas imagens encontram-se em estado de deterioração. As poucas restauradas, foram reparadas sem a técnica e os materiais apropriados.

Por outro lado, grande parte do acervo foi perdida, porque alguns moradores que não pertenciam à comunidade e muitas vezes desinformados, trocaram imagens autênticas da Igreja por outras fabricadas em gesso. Somente em 1981 o governo do Amapá tomou providências através de decretos proibindo a venda de imagens, bem como, a retirada destas do Distrito.

Em 7 de março de 2001 é criado em Macapá o grupo Zoneamento Ecológico-Economico do Amapá, com um investimento de R$ 300 mil reais, através de parcerias do Governo do Amapá e do Ministério do Meio Ambiente. O Zoneamento tem a coordenação do professor Benedito Rabelo. O estudo abrange inicialmente os municipios de Vitória do Jari, Mazagão e Laranjal do Jari.

Divisões Fisiográficas de Mazagão

O relevo do município é constituído por: Serra do Iratapuru, Planície de Terra e área de Igapó. A vegetação caracteriza-se por matas densas, arbustos e campos alagados.

O período chuvoso vai de janeiro a julho. A temperatura máxima é de 38ºC e a mínima de 22ºC.

Hidrografia de Mazagão

Os principais rios são: rio Camaipi (da Vila Nova), Camaipi do Maracá, Rio Preto, Maracapucu, Cajari, Vila Nova do Anauerapucu, Iratacupu, além de igarapés como: Tambaqui, Pedreiro e Ajudante.

Economia de Mazagão

A economia de Mazagão no setor primário está representada pela criação de gado bovino, bubalino, suíno, caprino e eqüino; avicultura e pesca. São relevantes também as culturas de: feijão, milho, batata-doce, banana, arroz, café, cana-de-açúcar, cacau, côco-da-baía, laranja, fumo, abacaxi, mandioca e pimenta do reino. No setor extrativista são importantes a cultura de castanha-do-Brasil, a extração de madeira para a fabricação do carvão e de móveis e, ainda, a extração do látex da seringueira, comercializada fora do Estado. A pesca do pirarucu e do tucunaré são bastante praticadas. Quanto ao setor secundário, a extração e fabricação de palmitos de açaí, algumas serrarias e as fábricas de tijolos também merecem registro. Mas o município de Mazagão possui outras riquezas: ferro, ouro, cromita, cassiterita, diamante e columbita. A borracha-do-Brasil, as sementes oleaginosas, a madeira de lei e os animais silvestres, fazem o diferencial do lugar. Mazagão possui ainda uma usina de beneficiamento de arroz. No setor terciário, pequenos comércios (mercearias), alguns bares e o salário do funcionalismo público, complementam a economia.

Saúde: a comunidade conta com atendimento do serviço público do estado e com o apoio da Prefeitura municipal, embora os postos funcionem em precárias condições.

Saneamento: a maioria dos habitantes não é beneficiada pelo sistema de abastecimento de água tratada. A coleta de lixo domiciliar é bastante precária, o que tem contribuído para a disseminação de doenças no local. A população dispõe, contudo, de serviços de energia elétrica durante 24 horas.

Educação: Mazagão possui educandários que oferecem do ensino elementar (pré-escolar) ao magistério. Todavia, como de praxe nos outros municípios do Estado, Mazagão também não dispõe de uma educação que se encaixe nos padrões ideais de ensino.

Comunicação: os meios de comunicação mais importantes são: televisão, rádio e agência dos Correios.

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