Maravilha, Geografia, História, Economia e Cultura de Maravilha | Santa Catarina

Maravilha, Geografia, História, Economia e Cultura de Maravilha | Santa Catarina

MARAVILHA, GEOGRAFIA, HISTÓRIA, ECONOMIA E CULTURA DE MARAVILHA - SANTA CATARINA

A cidade de Maravilha está Localizada a 71 km de Chapecó e a 626 km de Florianópolis, o município é cortado pelo entroncamento de duas BRs (282 e 158). 

Maravilha foi colonizada por descendentes de italianos e alemães, que deixaram uma forte herança cultural, notável especialmente nas festas e na culinária. 

"Maravilha, Cidade das Crianças", surgiu como "Capital da Criança" em 1970, pelo motivo do grande número de crianças presentes na escola local e nas ruas, por ocasião dos desfiles. Nas festas e nas recepções às autoridades "enfeitavam-se as ruas com crianças". O censo de 1970 veio confirmar a alta taxa de natalidade e o destaque ao elemento CRIANÇA como símbolo de nossa bela cidade!

O termo Cidade das Crianças surgiu porque os viajantes diziam que Maravilha era Cidade das Crianças. No dia 07 de setembro de 1954, todas as crianças da escola compareceram pela primeira vez uniformizadas e o povo que assistiu ao desfile se admirou com a fila de crianças. Então, o termo nunca mais mudou.

População: 26.300
Área (km²): 171,284
Densidade demográfica (hab/km²): 129,83
Gentílico: maravilhense

Localização: Oeste do Estado de Santa Catarina (paralelo 26° 46' 12” de latitude Sul com o meridiano 53° 13' 00” de longitude Oeste).

Altitude: 606 metros acima do nível do mar, no perímetro urbano (Avenida Araucária).

Clima: mesotérmico úmido, com as 4 estações bem definidas.

Área Geográfica: 169,1 km² (Sendo que já se desmembraram deste Município: São Miguel da Boa Vista (1992), com 71,4 km², Flor do Sertão (1996), com 58,2 km², Tigrinhos (1996), com 57,2 km²).

Limites: ao Norte, com São Miguel da Boa Vista, Tigrinhos e Bom Jesus do Oeste; ao Sul, com Cunha Porã e Iraceminha; ao Leste, com Modelo e ao Oeste, com Flor do Sertão.
MARAVILHA, GEOGRAFIA, HISTÓRIA, ECONOMIA E CULTURA DE MARAVILHA - SANTA CATARINA

História de Maravilha

No início do século XX, havia no Oeste mais de 90% de florestas. Com as novas companhias territoriais colonizadoras, as terras foram sendo ocupadas. Onde hoje é o município de Maravilha, as ofertas eram da Companhia Territorial Sul Brasil, formada em 1925.

No ano de 1956, após a chegada do primeiro morador, Maravilha virou Distrito, desmembrando do Distrito de Cunha Porã. Maravilha cresceu rapidamente, destacando-se na agricultura, comércio e indústria de madeiras. O impulso colonizador foi tão acentuado que, em apenas nove anos, (1949-1958) a "mancha de pinhais" dava lugar à cidade!

Maravilha tornou-se município, juntamente com Cunha Porã e inúmeros outros, através da Lei Estadual nº 348, de 21.06.1958. A instalação oficial ocorreu no dia 27.07.1958, data em que se comemora o Dia do município.

O município foi planejado com um perímetro urbano, tendo suas ruas quadriláteras regulares traçadas conforme os pontos cardeais. Os latifúndios não tiveram vez. A CIA. Territorial Sul Brasil dividiu e se comprometeu com a colonização. Eram mais de nove mil lotes coloniais à venda.

Origem do nome Maravilha

Do velho município de Chapecó Quando colonizado em 1942, o pequeno povoado recebeu o nome graças à “mancha dos pinhais”, e a expressão “Que Maravilha!” firmou-se unânime e espontaneamente.

Os maravilhenses costumam contar que alguns caçadores vindos do Rio Grande do Sul, ao chegarem ao alto do morro, onde hoje está localizado o antigo seminário, olharam a paisagem, com a copada dos pinhais na planície e exclamaram: “Que Maravilha!”.

Antes de o nome Maravilha ser oficializado, chamavam a área de Cabeceira do Rio Iracema ou Mancha dos Pinhais.

Maravilha surgiu como a obra de um visionário: prosperar, tanto pela posição geográfica como pela importância microrregional.

O belo nome serviu como atrativo à colonização pelos imigrantes gaúchos, a partir de 1949. O primeiro marco da projetada cidade de Maravilha foi solenemente colocado no dia 22.07.1951.

Um município em franco desenvolvimento, voltado para o crescimento econômico e o bem estar de seus munícipes, Maravilha é polo microrregional no Oeste Catarinense, sendo ainda sede da Associação dos Municípios do Entre Rios (Amerios).

O processo de desenvolvimento em Maravilha teve seu foco modificado. Além de buscar o crescimento econômico, buscou-se vincular, também, a distribuição de renda e redução no número de famílias menos favorecidas.

Três núcleos deram inicio à colonização:

Os trabalhadores e empreiteiros da Companhia Territorial Sul Brasil, que vieram abrir estradas, medir e vender terras;

As duas primeiras serrarias (Sbaraini/Benvegnu) localizada no atual trevo de acesso à cidade e (Nilo Sudbrack) atrás da atual garagem da Prefeitura, cada qual formando sua vila;

Os colonizadores gaúchos que vieram formar o núcleo central da futura cidade, na época a "Sede Maravilha" ou "Sedia".

Quem foi José Leal Filho?

Em novembro de 1949 José Leal Filho, administrador da CIA. Territorial Sul Brasil, mais conhecido como Juca Ruivo (desde os 10 anos possui este apelido por se chamar José e ter ruana dos cabelos) começa a trabalhar na colonização que a empresa matinha no Extremo Oeste de Santa Catarina. Estava começando naquele ano a ocupação de Maravilha, cidade que viria a ser o amor telúrico do poeta em solo catarinense.

Doutor José Leal Filho não foi apenas o administrador local da Companhia Territorial Sul Brasil com o intuito de representar uma empresa colonizadora, foi também um estímulo para a cultura. Foi parte ativa de uma sociedade múltipla, responsável direto pela colonização de Maravilha estando com ela na construção de igrejas, escolas, hospital e nos passos dados, politicamente, quando foi elevada a Distrito e na emancipação, continuando ao lado na sequencia histórica até 1972.

Em Maravilha é lembrado como nome de rua, de estádio e do CTG por seu legado e seu exemplo.

Em 1958 é inaugurado na Avenida 07 de Setembro o estádio de futebol com o nome civil do poeta: Estádio Doutor José Leal Filho. Mais tarde, em 17/12/1968 é fundado o CTG Juca Ruivo.

Juca Ruivo ajudou a fomentar, com José Alberto Barbosa, Francisco Gialdi, Antônio Conci, o filho José Ayres, entre outros, em 1970, a criação do museu Padre Fernando Nagle, que mais tarde seria instalado na casa da CIA. Territorial Sul Brasil.

Juca Ruivo falece no dia 08 de maio de 1972 em Porto Alegre, de infarto do miocárdio, aos 70 anos. Ele morreu sem poder realizar o sonho de morar em Maravilha.

Cultura de Maravilha

A cultura pode ser considerada como tudo que o homem, através da sua racionalidade, consegue executar. Dessa forma todos os povos e sociedades possuem sua cultura por mais tradicional e arcaica que seja, pois todos os conhecimentos adquiridos são passados de geração em geração. 

Museu

Surgiu em 1969, quando José Alberto Barbosa, promotor público, proferiu uma palestra para os estudantes sobre a necessidade das pesquisas locais e a importância da preservação do histórico da região. As primeiras peças foram as cerâmicas dos povos indígenas que aqui viveram. O Museu Padre Fernando Nagel recebeu as primeiras peças do professor Francisco Gialdi. Atualmente o museu contém moedas brasileiras e estrangeiras, documentos, material de armaria, objetos do lar, material zoológico, exemplares arqueológicos entre outros.

CTG Juca Ruivo

Fundado em 1968 teve a intenção de criar uma sociedade composta por elementos que tivessem amor às tradições e ao folclore do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O 1º presidente foi Arlindo Lichks. O nome do CTG foi uma homenagem dos tradicionalistas maravilhenses ao escritor e poeta do pago José Leal Filho.

Associação Cultural Italiana de Maravilha 

Foi fundada em 1992, fruto de uma onda de sucessos que fez renascer a herança cultural da colonização europeia. Maravilha abrigou boa parcela de colonizadores descendentes de emigrantes da península itálica. Preserva as tradições e costumes do povo italiano.

Grupo Germânico

Faz parte do Centro Cultural 25 de Julho e objetiva cultuar aquilo que se recebeu da Alemanha, Suíça e Áustria, originou-se como coral em 1961 no lugar da Sociedade 26 de Fevereiro, extinta em 1960. O 25 de Julho matem um coral, grupos de bocha e bolão.

Cinema

O velho casarão ainda está na lembrança de quem viveu aquele tempo. Feito de madeira e com dois andares, o salão Preuss abrigou o que hoje ficou somente na história.

O maravilhense Adair Benini viveu a época e esteve diretamente ligado ao salão, quando passava cenas do Cine Avenida. Hoje, com mais de 60 anos, Benini lembra com saudades dos seus 17 anos. “Eu gostava de fazer o serviço. Era um meio de distração. Eu também assistia aos filmes lá de cima”, conta.

Década de 1970. Os maravilhenses ainda não tinham energia elétrica nem qualquer outro tipo de distração. O cinema era um tipo de programa de fim de semana. Benini comenta que “Quando a missa terminava, todos iam assistir aos filmes no cinema. Não tinha televisão. Então, isso era um divertimento. O filme terminava por volta das 22h30. Depois, as pessoas iam para os bailes na região”, frisa.

Na parte inferior do salão, funcionava um bar e bolão. Na parte superior, havia um projetor, um pano onde os filmes passavam, cadeiras de palha para os telespectadores e morcegos. “O projetor era de 32 mm. Tinha duas lentes: uma para filmes panorâmicos e outra para filmes normais. Os morcegos também habitavam o local”, lembra Benini, rindo pela situação da época.

A fita era revisada manualmente, para ver se havia algum problema. “As fitas vinham dentro das latas, de Porto Alegre. Nós íamos pegar na estação rodoviária antiga, que ficava na Avenida Araucária. Depois, íamos para o cinema, onde subíamos as escadas, revisávamos as fitas. Tinham cinco tomadas para ligar o projetor. Uma era para o som, outro para a cena e assim acontecia”, declara Benini.

Mazzaropi, Tonico e Tinoco, Spartacus, Teixeirinha e faroeste eram filmes que lotavam a sala de cinema. Diferentemente do que se imagina e se vê nos dias atuais, pipoca e refrigerantes não existiam no cinema da época. “Não tinha pipoca e haviam filmes que demoravam mais de três horas para terminar”, ressalta.

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O sonho do cinema foi passado de família para família. Depois da família Preuss, Cleto Geremia continuou o trabalho. Hoje, o cinema resta apenas nas lembranças e no local onde estava instalado, nas proximidades do Posto Maratona.

História da Economia de Maravilha

A história de Maravilha pode ser dividida em quatro períodos sob o prisma desenvolvimentista. O primeiro período ficou entre os anos de 1950 e 1960, a principal atividade econômica da época era a agropecuária de subsistência, exceto as madeireiras e imobiliárias. Os principais produtos agropecuários da época eram: milho, feijão, fumo, trigo, arroz e suínos. O segundo período aconteceu entre os anos 1960 e 1980, a produção agrícola aumentou com o cultivo de novos produtos como a soja, com isso houve a instalação de uma extratora de óleo: a Civema. O progresso aconteceu em 1970 quando duas grandes rodovias federais foram abertas: BR 282 e 158. Entre as indústrias podem se destacar a fábrica de fogões da Metalúrgica Maravilha e a produção de móveis e esquadrias. No comércio se destacou os alemães Alexandre Kasper e Alexandre Dondoerfer e o italiano Reimundo Gottardo. O terceiro período ficou entre os anos 1980 e 1995 essa fase foi de industrialização, houve a tentativa da instalação do frigorífico de suínos Frimasa (Frigorífico Maravilha S.A). a construção estava quase concluída quando muitas pessoas faliram e ele virou ruínas. Em agosto de 1988 iniciou a produção do Frigorífico de Aves da Coopercentral (Aurora). No setor primário que estava baseado na produção de grãos entra uma nova fase: a produção de aves em escala industrial. Com a industrialização surgiram outras empresas como as de metalurgia, equipamentos para avicultura, transporte, móveis, recapagem de pneus, oficinas mecânicas e autopeças além de prestadoras de serviços. Em 1981 também se instalou em Maravilha a Tabacos Brasileiros S. A, depois a Universal Leaf Tabacos. O quarto período acontece a partir de 1995 nesse período pode-se citar a criação da Amerios, a instalação do Campus aproximado da Universidade do Oeste de Santa Catarina da Unoesc SMO e a 23ª Coordenadoria Regional de Educação. Diversas empresas foram destaque como a Avioeste, Realce, Folle Produtos Siderúrgicos e atualmente a Laticínios Bela Vista.

Agricultura e pecuária

Maravilha se destaca na agropecuária, indústria e comércio sendo tudo relacionado a agricultura. A citricultura, psicultura e hortaliças foram estimuladas no início da década de 2000. Conforme dados do IBGE 2007 as principais atividades na agricultura são feijão, milho, soja, trigo e arroz. Na pecuária se destacam a produção de leite, bovinos, suínos, aves.

Indústria

Iniciou com a exploração da madeira e, com isso surgiu as serrarias isso nas décadas de 50 e 60. Com o esgotamento das reservas de floresta várias empresas faliram, assim outros setores ganharam impulso, como os de gêneros alimentícios e de vestuário.

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