Malhador, Aspectos Geográficos e Sociais de Malhador | Sergipe
O município de Malhador, é conhecido no estado de Sergipe e até mesmo fora dele, como a "terra do inhame". Muito pequeno, com uma economia baseada quase que exclusivamente na agricultura, o município só veio existir politicamente a partir de 1955 quando se deu a sua independência da vizinha Riachuelo. A primeira penetração nas terras que compõem o município de Malhador ocorreu por volta do século XVII. Muito provavelmente as primeiras pessoas a pisar nessas terras foram ligadas aos colonizadores de Itabaiana, isso porque os aspectos racionais e os costumes da gente desta terra muito se assemelham aos de Itabaiana. Ainda como povoado, a primeira menção do nome Malhador ocorreu por volta de 1897 sendo que nesta época as terras onde hoje se acha a cidade, pertenciam ao município de Riachuelo.
Por volta do ano de 1920, o povoado de Malhador já é citado como um dos maiores e mais importantes municípios de Riachuelo. Já em 1936, o povoado foi elevado a condição de vila, mas ainda subordinado a Riachuelo. Somente mais tarde, no ano de 1953, mas precisamente no dia 25 de novembro por força da lei 525- A foi criado o município de Malhador. O que antes era uma vila, passou a ser cidade, mas ficou quase dois anos na mesma situação de antes. Somente em 31 de janeiro de 1955 foi que se deu a posse da primeira administração de Malhador. Assumiu a prefeitura nesta data. João Ribeiro Cardoso e sua câmara municipal composta de cinco vereadores.
De lá para cá tivemos mais 13 prefeitos e em grande número de vereadores, todos filhos da terra que procuram trabalhar pelo desenvolvimento da cidade e dos seus povoados. O município não tem muita expressividade no âmbito estadual, nem é um dos mais ricos economicamente, mas tem um povo corajoso e trabalhador que tira da terra o seu sustento dos outros, tanto trabalho do seu povo, lhe valeu a alcunha citada no inicio desta introdução.
Historia de Malhador
A penetração inicial de Malhador ocorreu depois de 1602 e está ligada aos colonizadores de Itabaiana. Essa penetração, porém, nunca foi forte o suficiente para superar a influência exercida para Riachuelo. Malhador desde que passou a existir sempre participou da vida riachuelense que era centrada na cana-de-açúcar e no gado. É de se estranhar que sendo os primeiros colonizadores de Itabaiana, tenha Malhador se subordinado a Riachuelo .A resposta é de certa forma simples, ocorre que estas terras pertenciam a pessoas de Riachuelo o que portanto, já deixou o povoado atrelado a Riachuelo. Malhador era uma extensão da sede do município e sem perder as suas características de área dependente, sempre viveu em permanente tensão político-social. Tinha suas próprias tensões, mas fazia seus os conflitos que agitavam a vida de Riachuelo. Eram raros os malhadorenses que cruzavam os braços ou ficavam neutros diante dos grupos que comandavam a vida riachuelense. Sob influência da cana-de-açúcar, começaram a surgir aqui os primeiros engenhos, entre os quais destacavam o engenho dos caboclos, o engenho do Mutuca e o engenho do Cangondá. Porém, os engenhos de Malhador não duravam muito, logo transformara-se em Alambiques e fazendas de criação de gado bovino. Com o passar do tempos alambiques também acabaram, o povo passou a investir no plantio de algodão e na produção artesanal de farinha. O município passou a se voltar para a produção aguada. Todas as pequenas propriedades, produziam, mandioca, milho, feijão, batata, macaxeira e inhame, inicialmente para consumo próprio e depois passou-se a comercializar o excedente na feira local e nas feiras de Riachuelo e Itabaiana. Politicamente Malhador se tornou independente de Riachuelo somente em 1953, embora desde 1920 já fosse considerado como o povoado mais importante deste município.
A vila de Malhador foi levada a condição de cidade no governo de Arnaldo Rollemberg Garcez. Através de decreto da Assembleia Legislativa, o governo sancionou a lei Nº 525-A com a data 25 de novembro de 1953. A lei foi também assinada por Acrisio Cruz. Antônio Carlos do Nascimento Junior e Pedro Barreto de Andrade e foi publicado no diário oficial de 10 de dezembro de 1953. Essa lei não criou somente o município de Malhador, junto com ele foram criados também os municípios de Amparo do São Francisco, Barra dos Coqueiros, Carira, Cumbe, Itabi, Macambira, Malhada dos Bois, Monte Alegre de Sergipe, Pacatuba, Pedrinhas, Pinhão, Poço Redondo, Poço Verde, Tomar do Geru e Pinhão. Com o município criado e agora desmembrado de Riachuelo, a instalação do mesmo passou a depender da eleição e posse de prefeitos e vereadores.
A partir de 25 de novembro de 1953, Malhador já podia eleger seus dirigentes, ter administração própria, decretar a arrecadar tributos, aplicar as suas rendas, organizar os serviços públicos locais. Realizava-se desse modo o sonho dos seus habitantes acelerando durante anos. Malhador passa a ser sede do município com o mesmo nome. Entre os seus povoados e comunidades estão: Adique, Alecrim, Antas, Araçás, Gavião, Jorge, Maxixe, Palmeiras, Pica Pau, Poço Terreiro, Saco Torto, Santo Izidoro, Siebra e Tabua.
As matas já cobriram as terras de Malhador, a sombra dessas árvores servia de abrigo e descanso para os viajantes e seus animais. O gado pastava, descansava e ruminava. Em torno desse ponto de descanso de viajante e malhador de gado, surgiu um ponto de compra, troca e venda que foi crescendo e logo chegou a povoado. Etimologicamente o termo Malhador significa lugar plano onde o gado se deita para descansar.
Pelo significado etimológico do nome, pode-se deduzir que a primeira povoação teve origem como ocorre com outros municípios de Sergipe, em um curral de gado ou mesmo uma grande fazenda. Segundo seus antigos moradores, tentaram uma vez mudar seu nome e chamá-lo de São José mas não deu certo, a tradição e o povo falou mais alto. O tempo passou e o nome ficou.
Aspectos Geográficos de Malhador
Localização
O município de Malhador de acordo com a divisão fisiográfica do Estado de Sergipe está situado na zona central do território sergipano. A "sede municipal, cujas coordenadas geográficas são: latitude S: 10°30'33" e longitude W:37°18'12",fica localizada na parte sul do território do município, a pequena distância da margem esquerda do rio Jacarecica. Malhador localiza-se na micro região do Agreste de Itabaiana, distante 49 km da capital do Estado. A ligação do município com a capital e com outros municípios sergipanos é feita através das rodovias estaduais SE 206 e SE 104 e da 101.
Área
Malhador é um município sergipano, a sede é pequena, mas cresceu muito nos últimos anos 20 anos. De acordo com cálculo feito pela inspetora regional de Estatística e tomando-se por base o mapa do município de Riachuelo, calculou-se que a área territorial de Malhador fosse de 102 quilômetros quadrados. Os limites do município de Malhador são: Ao norte: os municípios de Santa Rosa de Lima e Malhador Ao sul: o município de Areia Branca A leste: novamente com Santa Rosa de Lima e Riachuelo A oeste: com o município de Itabaiana.
Altitude
Malhador, além de muito bem localizado, possui uma altitude que lhe dá boas características climáticas. A sede do município está edificada em um pequeno plano o que deixa o município numa altitude de 110 metros acima do nível do mar. Fora a sua sede, dois povoados do município também apresentam altitudes acima de 100 metros. É o povoado Alecrim que chega a quase 120 metros acima do nível do mar e o povoado Palmeiras que chega a 108 metros.
Clima
O clima do município de é bastante salubre, sobretudo na região situada a leste da sede municipal. Apesar da vegetação hoje, escassa, o clima é agradável, com características do tipo temperado no qual ocorrem pequenas variações de temperatura durante o ano. No clima megatérmico úmido com moderada deficiência no verão, são observadas precipitações pluviométricas anuais em torno de 1.410,0 milímetros de chuva por ano, bem como apresenta temperaturas médias anuais em torno de 23°C. Neste clima, apresenta-se duas estações distintas, o verão que manifesta-se a partir do mês de agosto, indo até meados de abril e o inverno bem mais curto que vai de maio até mais ou menos o inicio de agosto.
Hidrografia
Malhador já foi melhor servida de rios, com o passar dos anos, o desmatamento irregular e irresponsável quase acabou com alguns dos seus mananciais. Um desses foi o riacho do canto que hoje não passa de um córrego quase um filete de água. A bacia hidrográfica do município tem como principais: a bacia do Rio Sergipe que nos oferece a pequena cachoeira de pedra lisa; o pequeno cajueiro dos veados que até hoje abastece a barragem da Deso e a bacia do rio Jacarecica que nos oferece a cachoeira do Saco Torto. A respeito dos rios que cortam Malhador, têm-se as seguintes informações: O rio Jacarecica nasce na Serra do Machado, município de Ribeirópolis e serve de divisa entre Malhador e Riachuelo. Não é navegável mas possui um vale de terras bastante férteis. Pela margem esquerda, o rio Jacarecica é tributário do rio Sergipe desaguando nas proximidades da Usina central já em território de Riachuelo. Em território malhadorense o Jacarecica tem como único tributário o rio Dangra que recebe o rio Vermelho, ambos são pequenos e não trazem nenhum suporte econômico para os municípios, porém, têm a sua importância geográfica já que servem de divisa entre as terras de Malhador e o município de Santa Rosa de Lima.
Riquezas e recursos naturais
Malhador tem um solo muito rico para a agricultura. Os principais tipos de solo encontrados em seu território são: podzólico vermelho amarelo equivalente ao eutrófico; solo areno-quartizosos: solos litólicos destróficos e solos aluviais eutróficos distróficos. A geomorfologia do terreno apresenta um relevo dissecado, do tipo tabular e cristal, com superfícies dos tipos pediplana fluvial e superfície tabular erosiva.