CORONEL FABRICIANO - HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE CORONEL FABRICIANO

Coronel Fabriciano - História e Geografia de Coronel Fabriciano

CORONEL FABRICIANO - HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE CORONEL FABRICIANO
CORONEL FABRICIANO - HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE CORONEL FABRICIANO

População 2016: 110.600
Área da unidade territorial (Km²):  221,252
Densidade demográfica (hab/Km²): 468,67
Gentílico: Fabricianense

História de Coronel Fabriciano

A Cidade de Coronel Fabriciano surgiu a partir da ferrovia Vitória a Minas pudesse estender as suas paralelas de aço em direção a Itabira, em demanda do riquíssimo minério de ferro do fabuloso Cauê, hoje fonte principal de uma das maiores divisas acarretadas para a Pátria Brasileira.

Aqueles humildes e valorosos trabalhadores, foram os fidedignos bandeirantes da civilização e povoamento das selvas riodocenses. Foram eles que plantaram no sertão bravo do Rio Doce, dantes habitado pelos temíveis e antropófagos aimorés, vilas e cidades em terras mineiras e capixabas. Foi do arroio daqueles heróicos operários, que surgiu a atual cidade Coronel Fabriciano, que até o princípio de 1922 não passava de uma floresta virgem, não violada pelo machado e pelo fogo inclemente, sem uma aberta sequer.

Já nos fins daquele ano, com a chegada da turma de topografia incumbida de fazer a locação da via férrea Vitória-Minas em construção, começaram os primeiros movimentos da embrionária cidade de Ce. Fabriciano, que a 9 de julho de 1924, nascia com a inauguração de sua estação ferroviária de CALADO, seu primitivo nome.

O primeiro civilizado a pisar solo que pertencia a Coronel Fabriciano, foi JOSÉ DE ASSIS VASCONCELOS, vindo em 1752 de Sant'ana do Alfié, pela Serra da Vista Alegre, atravessou o rio Piracicaba, abrindo na margem esquerda do dito Rio, uma posse no lugar hoje conhecido por Sítio Velho, nas cercanias da Usiminas, não tendo prosseguido por ter sido assassinado por um escravo que ele alugara de Dona Ana Matos. Mais tarde FRANCISCO DE PAULA E SILVA, vulgo Chico Santa Maria, por ser ele natural de Santa Maria de Itabira, em 11 de setembro de 1831, estabelecerá com sua família e numerosos escravos, onde achasse hoje a Fazenda do Alegre, de propriedade de Dona Maria Nazareth Lelles Ferreira Maia, para ter direito a uma concessão de uma sesmaria de terra, conforme requererá em 1832, aí estabelecendo a sua fazenda que conserva até hoje o mesmo nome de Fazenda do Alegre.

Mais tarde, outros dos primeiros moradores da cidade que chegaram foram: FRANCISCO ROMÃO, vulgarmente conhecido por Chico Romão, morou numa aberta que ele fizera na foz do Ribeirão do Calado. Ele tinha uma canoa, na qual fazia a travessia dos moradores de ambas as margens do rio Piracicaba, ficando o lugar que residia conhecido por BARRA nome da cidade de Coronel Fabriciano, quando mata virgem ainda. Outro que merece menção justa é o nome do português Manoel Domingos, natural da cidade lusitana de Caudeiras, que a 1º de julho de 1910, entrou nas matas até então desabitada da sede do município, vindo falecer no dia 17 de fevereiro de 1973, na cidade que ele ajudara construir. Para assumir a gerência de uma farmácia que a estrada de ferro vitória a Minas mantinha no lugar denominado Córrego Nossa Senhora, na ocasião fina da linha férrea, a 27 de setembro de 1922, vindo de são Pedro dos Ferros, chegava o Farmacêutico RAIMUNDO ALVES DE CARVALHO, o primeiro a se estabelecer com a farmácia na hoje cidade de Cel. Fabriciano.

Com a inauguração da Estação de Calado, começaram a ser levantadas as primeiras moradias, verdadeiros barracos. Somente em 1928 é que foi construída, a não ser a estação, a primeira casa coberta com cerâmica e assoalhada; o sobrado do Sr. Rotildino Avelino, que ainda existe na atual rua Pedro Nolasco. Até aquela data não havia cemitério local. Os morto eram sepultados onde se acha hoje a Praça Juscelino Kubitschek ou então no cemitério que existia no Patrimônio de Santo Antônio, e não raras vezes eram lançados nas pontas dos aterros da Estrada Ferro Vitória a Minas, em construção sendo soterrados pelas carroçadas de terras que iam sendo despejadas. Quando então o Sr. José Zacarias da Silva Roque, promoveu a construção de um cemitério, sob a invocação de Santa Rita em terras marginais do Rio Piracicaba doadas pelo Sr. Rotildino Avelino, cujo cemitério por se achar na barranca do rio e próximo a Zona Boêmia em 1963, foi interditado pelo então prefeito Raimundo Alves, que providenciou a construção do atual cemitério municipal.

O primeiro nome do lugar quando mata virgem, era BARRA, por achar-se localizado na confluência do ribeirão CALADÃO, passando a denominar-se CALADO, com a inauguração da Estação Ferroviária. Por pouco tempo, foi denominado Raul Soares, voltando novamente o nome de CALADO. Por ocasião das festas comemorativas do centenário do nascimento de Cel. Fabriciano Felisberto Carvalho, realizadas a 25 de abril de 1960, na cidade de Antônio Dias, o prefeito Sr. Valdemir de Castro, querendo homenagear a família Carvalho de Brito, lavrou um simples decreto-lei dando a denominação de CORONEL FABRICIANO, a Estação de Calado, passando assim a povoação a chamar-se CORONEL FABRICIANO.

Em virtude da Lei Estadual nº 843, de 17 de novembro de 1926, foi criado o distrito, instalando-se a 7 de maio de 1927 no então patrimônio de Santo Antônio, que passou a chamar-se Melo Viana, tendo sido nomeado seu primeiro juiz de paz o cidadão Manoel Camilo da Fonseca, que deu posse ao seu primeiro escrivão de paz, o Sr. João Batista Pereira. Os primeiros registros civis feitos foram: o batismo das gêmeas Duraci de Distaneta,, filhas do casal Antônio Viana e o casamento do Sírio Maron Abibi com Geralda Honrata de Souza.

A 1º de março de 1930, foi realizada no novo distrito a primeira eleição, presidindo o ato o Sr. Eugênio dos Santos, tendo como secretário o Sr. Manuel Joaquim Pires, no pleito para presidente da República disputaram os candidatos Getúlio Vargas pela Aliança Liberal que obteve 336 votos, enquanto o situacionista Júlio Prestes conseguiu 144 votos. Mais tarde, residindo o juiz de paz e o escrivão a seu cargo, no povoado do CALADO, o escrivão José Zacarias transferiu o cartório para sua residência, perdendo assim Melo Viana o foro de distrito.

Sendo instalado a 1º de janeiro de 1949, para governar o município até a posse do seu primeiro prefeito eleito, foi nomeado o intendente Sr. Antônio Gonçalves Gravatá, que ocupou a chefia municipal até 27 de março de 1949, quando foi empossado o Dr. Rubem Siqueira Maia, o primeiro prefeito de Cel. Fabriciano, escolhido pelo voto soberano do povo. Na gestão do Dr. Rubem Maia, foi instalado o serviço de força e luz na sede e em Melo Viana.

Por força da Lei Estadual nº 1.039, de 12 de dezembro de 1954, foi criada a comarca, realizando a instalação no dia 5 de agosto de 1955, para a qual foi nomeado o 1º juiz de Direito Dr. José Grossi, e 1º promotor de Justiça, Dr. Orlando Milanez.

1- Como anteriormente foi dito, a atual cidade de Coronel Fabriciano nasceu com a inauguração da sua estação ferroviária, a 4 de julho de 1924, quando começou o seu povoamento.

2- A segunda fase deu-se com o estabelecimento no pequeno povoado do ex-empreteiro da Cia. Vitória a Minas, o capitalista Cel. Silvino Pereira, que deu certo impulso ao incipiente Calado, instalando máquinas para beneficiar café, arroz, algodão, e uma pequena usina termoelétrica para iluminação pública.

Foi quando a Cia Siderúrgica Belo Mineira em 1930 criou uma superintendência para incrementar e prover o seu serviço de fabricação de carvão vegetal na região, construindo as primeiras casas de alvenaria para seu escritório e para seus funcionários e bem assim o seu hospital siderúrgico.

3- Uma das mais importantes foi a implantação em território do município do ex-distrito de Timóteo, da Cia Aços Especiais de Itabira "ACESITA", em 1945, cuja companhia foi fundada em 31 de outubro de 1944, surgida como resultado dos estudos da Itabira Iron, feitos por volta de 1920, sob a orientação de Percival Faguar, um americano radicado no Brasil. Não obtendo a concessão de Itabira Iron, na ocasião fortemente combatida no Congresso pelo então deputado federal Dr. Artur Fernandes, o grupo chefiado por Percival Faguar, conseguiu assumir o controle da E.F. Vitória a Minas, construindo um ramal a fim de atingir as reservas das jazidas de minério de ferro que pertenciam à Itabira Iron e à Brasil Iron Steel. Então Percival Faguar, Amintas Jaques de Morais, Atos de Leme Rache e outros, fundaram a "Cia Mineração Siderúrgica" pouco depois encampada por decreto Federal, surgindo assim a "Cia Vale do Rio Doce". Passando todas as jazidas de minério de ferro a Itabira, que pertenciam a estrangeiros, para o governo federal do Brasil, com a celebração do acordo de WASHINGTON, de 8 de março de 1942, tendo sido também criado o código de águas e minas pelo eminente estadista Getúlio Vargas, segundo o qual ficavam canceladas e proibidas as concessões de jazidas minerais e quedas d´águas a estrangeiros só podendo ser feitas a brasileiros, aproveitando o ensejo, o Dr. Amintas Jaques, com a colaboração de seu irmão Luciano Jaques de Morais, na época alto funcionário do Ministério da Agricultura, conseguiu obter as concessões de algumas jazidas de minério de ferro e a queda do Salto do Município de Antônio Dias.

Apesar de perderem o controle do transporte por vias férreas, Percival Faguar, Minstas Jaques de Morais e Atos de Leme Rache, fundaram como já foi dito a Cia. Que a princípio recebeu o nome de "AÇOS EINOS", passando para Cia. Aços Especiais Itabira, com a sigla ACESITA, que conserva.

Com o advento da Acesita, para o município, não houve contribuição direta para o desenvolvimento da cidade, a não ser o afluxo de famílias em busca de trabalho, porque durante anos, gozou a dita Cia. De isenção tributária municipal em virtude das Leis municipais nº 104 de 6 de abril de 1951, e 171, de 27 de fevereiro de 1953, no fim das quais o distrito de Timóteo emancipara-se.

5- Foi com a entrada das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A - USIMINAS no ex-distrito de Ipatinga, cuja Cia surgiu dos entendimentos havidos entre Governo Brasileiro e industriais Japoneses. A 22 de abril de 1957, o Sr. HORISKOSHI, chefe da missão japonesa, para a fundação das Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A, declara à imprensa que sua missão é assinar um contrato para a criação de uma sociedade de capital misto brasileiro e japonês até cerca de 10 bilhões de cruzeiros para montar e explorar uma indústria siderúrgica em Minas Gerais, cabendo ao Japão 40% de investimento. Assim em 3 de junho de 1957, na Embaixada Japonesa no Rio de Janeiro, realizou-se a assinatura entre a missão siderúrgica Japonesa e o grupo do conselho de Desenvolvimento, do convênio relativo à cooperação de capitais para a construção da Usiminas.

Fonte: www.megatimes.com.br
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