Canal do Panamá, Mancha, Suez e Beagle
Canal do Panamá

O plano de abrir um canal no istmo do Panamá, a parte mais estreita do continente americano, existe desde 1534, época do reinado do imperador espanhol Carlos V. Em 1879, o francês Ferdinand Lesseps - que chefiou a construção do Canal de Suez - dá início à construção do Canal no Panamá. Dez anos depois, o empreendimento vai à falência em conseqüência da falta de planejamento, de acusação de fraude e do despreparo dos europeus para enfrentar doenças tropicais, como malária e febre amarela, que matavam grande número de trabalhadores. Interessados em uma ligação marítima mais rápida entre as costas leste e oeste da América, os EUA insistem no projeto. Em 1903, induzem o Panamá - na época, uma província da Colômbia - à independência. Após a formação do país, obtêm autorização para a construção do canal - pelo Tratado de Hay-Bunau-Varilla (1903). Também garantem a soberania sobre a área que inclui uma faixa de terra de 8 km de largura dos dois lados do canal. As obras começam em 4 de maio de 1904 e são concluídas em 1914. No ano de conclusão do canal, o número de trabalhadores alcança a força máxima empregada ao mesmo tempo na empreitada: 44 mil homens. Junto com a tentativa francesa, 25 mil pessoas morrem de doenças e acidentes durante a construção.
A disputa pelo domínio da Zona do Canal permanece. Após a II Guerra Mundial crescem os protestos dos panamenhos contra a presença norte-americana. Depois de vários anos de negociações, Panamá e EUA assinam em 1977 um acordo que transferiu, a partir do ano 2000, a soberania total do canal ao Panamá. Os EUA, no entanto, continuarão encarregados de defender a neutralidade da região.
Canal de Suez

A Convenção de Constantinopla define, em 1888, que o Canal de Suez deve servir a embarcações de todos os países do mundo, sem discriminação, em tempos de guerra e paz. Ingleses e egípcios assinam, em 1936, um tratado que assegura a presença militar do Reino Unido na Zona do Canal por 20 anos. Em 1956, logo após a retirada das tropas inglesas de Suez, os Estados Unidos e o Reino Unido cancelam suas ofertas de assistência financeira para a construção da barragem de Assuan. Em resposta, o presidente egípcio Gamal Nasser nacionaliza o canal para financiar as obras de Assuan com o dinheiro das taxas de Suez, provocando um conflito internacional. Depois de assumir o controle do canal, o Egito bloqueia a passagem aos navios de Israel. Com o apoio da França e do Reino Unido, o Exército israelense invade a Península do Sinai em 29 de outubro de 1956. Apesar da derrota egípcia, a intervenção da ONU e as pressões dos EUA e da União Soviética garantem ao Egito o controle sobre o canal, com a obrigatoriedade de mantê-lo aberto à navegação internacional. O canal é fechado novamente em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, e reaberto em 1975.
Canal de Beagle
Passagem natural que interliga os oceanos Pacífico e Atlântico, localizada no arquipélago da Terra do Fogo, no extremo sudeste da América do Sul. O canal tem 240 km de extensão e larguras que variam de 4,8 km a 12,8 km. A passagem, que interliga os oceanos Pacífico e Atlântico, foi descoberta durante a primeira expedição do navio inglês HMS Beagle, entre 1826 e 1830.
A leste, delimita a fronteira entre a Argentina e o Chile. A posse das ilhas Lennox, Picton e Nueva, na saída do canal, torna-se uma disputa fronteiriça entre os dois países, a partir de 1840. A questão quase leva os dois países à guerra em 1978. Ambos alegam que o território tem importância estratégica na segurança nacional.
Separados pelos Andes em quase toda sua extensão, desde 1881, Argentina e Chile concordam em estabelecer o princípio da separação oceânica no extremo sul: argentinos não teriam acesso ao Pacífico e chilenos não chegariam ao Atlântico. O acordo terminou em 1977, quando o Reino Unido arbitrou a questão, deixando o Chile com a posse das três ilhas. Com a decisão, o Chile pôde reivindicar mais território na Antártica para exploração, o que desencadeou um conflito entre os dois países em 1978. Em 1985, após a mediação do Vaticano, é assinado novo acordo, determinando que o Chile mantém a posse sobre as ilhas e a Argentina o direito sobre a exploração dos recursos naturais da região.

Separados pelos Andes em quase toda sua extensão, desde 1881, Argentina e Chile concordam em estabelecer o princípio da separação oceânica no extremo sul: argentinos não teriam acesso ao Pacífico e chilenos não chegariam ao Atlântico. O acordo terminou em 1977, quando o Reino Unido arbitrou a questão, deixando o Chile com a posse das três ilhas. Com a decisão, o Chile pôde reivindicar mais território na Antártica para exploração, o que desencadeou um conflito entre os dois países em 1978. Em 1985, após a mediação do Vaticano, é assinado novo acordo, determinando que o Chile mantém a posse sobre as ilhas e a Argentina o direito sobre a exploração dos recursos naturais da região.
Canal da Mancha

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