Conceito de Centro e Países Periféricos

Conceito de Centro e Países Periféricos

Conceito de Centro e Países Periféricos
A América Latina constitui parte da periferia da economia do mundo capitalista, que conforme as alterações ocorridas no centro do sistema (Europa e depois EUA) muda suas funções na acumulação global. Assim, pode-se identificar diferentes papéis para os países periféricos ao longo da história, sendo que às novas funções agregam-se as antigas, sem eliminá-las por completo, a saber:

Fornecimento de produtos tropicais, inexistentes nos países centrais, ou de alto valor (como os metais preciosos), retirados por métodos extrativos simples (no passado) ou de alta complexidade técnica (como a atual mineração);

Mercado para produtos europeus (ou de outras partes do centro, posteriormente), função que se alarga após a Revolução industrial no fim do século XVIII, que implica na adoção de escalas de produção muito maiores;

Mercado para capitais produtivos excedentes no centro, notadamente máquinas industriais que são distribuídas pelo mundo no processo de industrialização tardia das periferias. Trata-se da expansão mundializada das empresas chamadas transnacionais que se instalam em lugares eleitos da periferia, com maior velocidade à partir da Segunda Guerra Mundial;

Mercado para objetos técnicos de alto valor agregado, num quadro onde a instalação de ferrovias e outras infra-estruturas aparecem como os produtos de referência. Função associada à chamada Segunda Revolução Industrial do final do século XIX;

Mercado para capitais financeiros que encontram nos países periféricos taxas de rentabilidade muito maiores que as existentes no centro. Tal processo de globalização financeira tem por mecanismo básico a dívida externa.

Todas estas funções periféricas são realizadas até a atualidade pelos vários países da América Latina, sendo o patrimônio natural contido em seus territórios uma grande reserva de valor (agora revalorizada enquanto bancos biogenéticos). A independência desses países, ao longo do século XIX, não quebrou portanto as relações de subordinação que marcam o subconti- nente desde o início da colonização européia. E, até hoje, vive-se uma posição estrutural de dependência externa e de contínua expropriação de riquezas, obje- tivada por mecanismos de “troca” bastante desiguais. A dependência financeira contemporânea reflete a condição periférica.

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