Apartheid | África do Sul
Apartheid quer dizer "separação" em africâner (língua sul-africana
constituída de holandês do século XVII misturado com outras línguas
européias e pelo menos duas africanas). É o nome que se deu à legislação
sul-africana pela qual a classe dominante de brancos descendentes dos
colonizadores holandeses (os bôeres) passou a exercer completo domínio
sobre o estado e a sociedade nacionais, só concedendo acesso à cidadania
aos outros brancos, asiáticos (três por cento) e mestiços (nove por
cento), os dois últimos grupos em termos praticamente inexpressivos.
Implantada aos poucos desde 1926, a política de apartheid tornou explosivos os conflitos étnicos, culturais, político-sociais da África do Sul, provocando intenso repúdio por parte da opinião mundial.
Pelo apartheid, que visava o desenvolvimento político "em separado", os negros (setenta por cento) não tinham direito a voto ou a representantes no legislativo. Também lhes era negado o direito à propriedade urbana; a casamento ou mesmo relação sexual com parceiro branco; a circular fora dos territórios delimitados para sua ocupação pelo governo (a não ser com passes especiais); e a exercer ofícios, cargos ou profissões que não fossem os consentidos pelas autoridades.
Cada território negro, chamado bantustan (terra dos bantos), é uma reserva indígena a que os brancos foram dando autonomia administrativa. Em 1980 já havia oito. A miséria crescente levava os homens a trabalharem nas cidades ou imediações, como "imigrantes". Condenadas pela ONU e sob fortes pressões internacionais, as leis de apartheid começaram a perder terreno a partir de 1985 e foram abolidas formalmente em 1991, mas com o país ainda mergulhado em sangrentos conflitos sociais.
www.megatimes.com.br
www.klimanaturali.org