Alhambra | Espanha

Alhambra | Espanha
Alhambra | Espanha
A cidadela fortificada de Alhambra localiza-se em Granada, região da Andaluzia, na Espanha. Foi construída entre 1238 e 1358, nos reinados de Mohamed ibn Yusuf al-Ahmar e seus sucessores, soberanos mouros de Granada. O conjunto, que compreende várias torres e castelos, rodeados de muralhas fortificadas, ocupa o cimo da colina de Sabika.

O mais belo conjunto da arte maometana no Ocidente atendeu a fins militares, religiosos e civis. Seu nome provém do árabe al-Hamra (a Vermelha), em alusão à cor dos tijolos que lhe revestem as paredes externas.

Histórico. Desde o século IX existia em Granada uma pequena fortaleza moura. Mas só após a conversão da cidade em emirado independente foi que Mohamed al-Ahmar, da dinastia násrida, decidiu abandoná-la e construir Alhambra. Realizaram-se obras durante toda a dinastia násrida, seguindo-se o estilo mourisco característico da região.

Após a expulsão dos mouros, sucessivos soberanos católicos empreenderam obras em Alhambra, mas em estilo completamente diverso, o que contribuiu para descaracterizar em parte o conjunto. Essas edificações começaram com a reconquista de Granada pelos reis católicos, Fernando e Isabel, que ainda se dispuseram a restaurar o conjunto, mas esse projeto foi dificultado pela perda de sua importância militar e estratégica. O imperador Carlos V empreendeu alterações, entre elas a transformação da pequena mesquita da corte de los Arrayanes em capela e a demolição de parte do palácio para, em seu lugar, iniciar a construção de um edifício renascentista. No final do século XVI demoliu-se a grande mesquita para erguer nesse local a igreja de Santa Maria. O conjunto sofreu ainda com a invasão dos franceses, em 1812, e foi danificado por um terremoto em 1821.

Alhambra ficou praticamente ao abandono até o começo do século XIX. Só então foi que artistas, intelectuais e autoridades voltaram-se para sua beleza e grande importância histórica. Fernando VII contratou o arquiteto José Contreras para cuidar de sua restauração, sendo este sucedido na obra pelo filho e pelo neto.

Arquitetura. O conjunto de Alhambra, que comporta a fortaleza com suas torres, os palácios e outras áreas, como os jardins, as salas de banho e as mesquitas, ocupa um quadrilátero irregular. No flanco meridional situa-se a Porta da Justiça, entrada principal da cidadela. Após a porta, no centro do quadrilátero, fica o palácio de Carlos V.

Na parte oeste ergue-se o Alcácer, verdadeira fortaleza dentro da fortaleza, em cujo interior se encontram: (1) a sala dos Embaixadores; (2) a sala da Barca; (3) a sala das Duas Irmãs; (4) a sala dos Abencerrajes, na qual o último soberano násrida, Mohamed XI, conhecido como Boabdil, teria degolado os chefes da família Abencerrajes, por volta de 1485; (5) a sala dos Reis; (6) o pátio dos Arrayanes (mirtos), também chamado de "la Alberca"; (7) o pátio dos Leões, em cujo centro se acha a fonte dos Leões, um tanque de alabastro seguro por 12 leões de mármore; (8) a mesquita, depois transformada em capela; (9) o jardim de Lindajara.

No lado norte situa-se o palácio Árabe, que compreende nove torres, entre elas a de Comares; o Mexuar ou sala do Conselho, onde se realizavam as audiências públicas; e a torre das Damas, que abrigava a sala de banho das odaliscas. No extremo nordeste de Alhambra fica o pequeno palácio de Generalife, construído por Yusuf I para isolar-se de um surto de peste. Adiante dele estendia-se um cemitério-parque com os restos mortais dos soberanos árabes.

Alhambra representa não apenas um monumento da arquitetura moura, mas também uma prova da diversidade de gosto entre Oriente e Ocidente. O conjunto, ao mostrar lado a lado os palácios dos príncipes násridas e o palácio de Carlos V, evidencia uma diferença básica entre os dois estilos: o exterior, para o estilo mouro, é antes sóbrio, em contraste com a riqueza de elementos e cores presentes na decoração do interior. Já o palácio de Carlos V, em estilo renascentista, é centralizado e simétrico. Sua fachada evidencia os princípios da Renascença italiana, com sua superimposição de ordens, isto é, pilastras jônicas, ou meias colunas, sobre pilastras toscanas, e pilastras coríntias sobre jônicas.

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