Região Centro-Oeste do Brasil

Região Centro-Oeste do Brasil

Região Centro-Oeste do Brasil

É formada pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e pelo Distrito Federal. O relevo da região, localizada no extenso Planalto Central, caracteriza-se por terrenos antigos e aplainados pela erosão, que originaram chapadões. A oeste do estado de Mato Grosso do Sul e a sudoeste de Mato Grosso encontra-se a depressão do Pantanal Mato-Grossense, cortada pelo rio Paraguai e sujeita a cheias durante parte do ano. O clima da região é tropical semi-úmido, com frequentes chuvas de verão. A vegetação é de cerrado nos planaltos. No Pantanal, os campos cerrados dividem o espaço com a floresta, que se torna mais fechada e úmida na região norte de Mato Grosso.

Meio ambiente – No início da década de 1990, restam apenas 20% da vegetação original do cerrado. Em Goiás, as práticas ambientalmente agressivas adotadas pela agricultura esgotam os mananciais e poluem o solo. Em Mato Grosso, novas fronteiras agrícolas e empresas do setor madeireiro desmatam a vegetação nativa. Em 2000, o Pantanal recebe da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o título de patrimônio natural da humanidade.

Formação da população – Ainda no Brasil colônia, o povoamento do Centro-Oeste resulta de dois movimentos migratórios. Um vem do Sul e do Sudeste, em virtude do transporte de gado às fazendas que ali começaram a instalar-se e da ação dos bandeirantes paulistas. Outro movimento vem do Nordeste, também ligado ao comércio de gado, que acaba criando e fortalecendo os primeiros povoados da região. A partir do século XVII, o imigrante português se fixa ali, vindo de São Paulo e da Bahia, misturando-se ao índio. Do Paraguai e da Bolívia chegam os espanhóis. A essa mistura se soma o negro, trazido para as fazendas de gado no período da escravidão. No século XX, as maiores ondas migratórias vêm do Nordeste e ocorrem a partir dos anos 1950, com a construção de Brasília. Nessa época, grandes contingentes populacionais provenientes do Sul e do Sudeste também chegam à região em busca de emprego e melhores oportunidades. Mais recentemente, o movimento migratório origina-se de duas regiões em particular: Nordeste e Norte. De cada três pessoas que deixam a Região Norte, uma se dirige para o Centro-Oeste, de acordo com o Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Turismo – Nessa região, o turismo gira em torno das belezas naturais. A mais conhecida é o Pantanal, a maior bacia inundável do mundo, com vegetação e fauna variadas. Outras atrações são as chapadas – como a dos Guimarães e a dos Veadeiros, em Goiás. No sudoeste goiano destaca-se o Parque Nacional das Emas. Os turistas também visitam Brasília, a capital do país, fundada em 1960 e caracterizada pela moderna arquitetura. As cidades históricas de Pirenópolis e Goiânia, ambas em Goiás, preservam construções com mais de 200 anos. Declarada patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas (ONU), a cidade de Goiás passa em 2002 por um processo de recuperação de parte de seu casario colonial, destruído por uma forte enchente no começo daquele ano. Em Mato Grosso do Sul, tem grande desenvolvimento o ecoturismo, principalmente o mergulho na região de Bonito, na serra da Bodoquena, ao sul do estado.

Festas populares e gastronomia – São manifestações culturais típicas da Região Centro-Oeste a cavalhada, no estado de Goiás, e o cururu, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A cavalhada é uma apresentação teatral ao ar livre em que homens montados a cavalo representam uma luta medieval entre cristãos e muçulmanos. Essa é uma das principais atrações da Festa do Divino de Pirenópolis, em Goiás. Dança de provável origem indígena, o cururu homenageia santos padroeiros de cidades do interior mato-grossense e goiano. Os homens, únicos participantes da festa, dançam em círculos ao som de viola-de-cocho e reco-reco. Todos os anos, mais de 10 mil turistas se dirigem para a cidade de Goiás durante as comemorações da Páscoa, quando ocorre a Procissão do Fogaréu, na quarta-feira da Semana Santa. De origem indígena, a culinária do Centro-Oeste recebe forte influência paulista e mineira, em Goiás, e também gaúcha, paraguaia e boliviana, nos outros dois estados. Destacam-se entre os pratos principais a galinhada com pequi e guariroba, o empadão goiano, os peixes do Pantanal – como dourado, pacu e pintado –, o churrasco e a sopa paraguaia. O pequi, uma fruta típica da região do cerrado, quando servido inteiro, é usado como tempero e jamais deve ser mordido, pois tem centenas de minúsculos espinhos.

Transportes – Por causa da construção de Brasília e da expansão das fronteiras agrícolas em Mato Grosso, a rede de transportes da região se multiplica. A Ferronorte (Ferrovia Norte do Brasil), que já opera em alguns trechos, e a Hidrovia Paraná-Tietê ajudam a escoar as cargas da região para os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Em 2005, o governo federal retoma as obras para recuperação da rodovia Santarém-Cuiabá, que liga a região até o rio Amazonas, para melhorar o acesso até as capitais de Manaus e Belém. Parcialmente em operação, a Hidrovia Araguaia-Tocantins liga os estados de Mato Grosso e Goiás a Tocantins, Pará e Maranhão, chegando até Porto Franco, no litoral do Maranhão. Por enquanto, ela só é navegável no trecho do rio Araguaia, mas isso já representa uma economia de 43% em relação ao transporte rodoviário. A conclusão dessas obras de infra-estrutura é fundamental para agilizar o transporte da produção agrícola e baratear os custos. A execução desses projetos sem uma devida análise de impacto ambiental pode trazer mais danos a uma região já bastante afetada ecologicamente.

Economia – A atividade econômica baseia-se, inicialmente, nos garimpos de ouro e diamante, que são gradativamente substituídos pela pecuária e pela agricultura. A Região Centro-Oeste é abastecida em grande parte pela energia de Itaipu; desde 1999, com a implantação do Gasoduto Brasil-Bolívia, as usinas termelétricas da região são alimentadas com gás natural. O crescimento econômico da região deve-se principalmente ao bom desempenho do setor agropecuário. Com mais de 66 milhões de cabeças de gado, o rebanho bovino do Centro-Oeste é o maior do país. Na agricultura, os principais produtos são o algodão, a cana-de-açúcar, o milho, o sorgo e, principalmente, a soja, cuja colheita responde por metade de toda a produção nacional. A grande produção de grãos beneficia indiretamente a indústria e o comércio. Por outro lado, a região enfrenta o desafio de aliar o crescimento econômico com a preservação ambiental. A adaptação da soja ao solo do cerrado devastou grande parte da vegetação local, e a cultura do grão avança perigosamente para o norte de Mato Grosso, rumo à floresta Amazônica. Os recursos minerais mais importantes são calcário, água mineral, cobre, níquel, ferro-nióbio e amianto – cujo uso vem sendo proibido em alguns países e estados brasileiros por causar graves problemas à saúde quando inalado. No maciço do Urucum, no Pantanal, estão as maiores reservas de manganês do país, mas elas são pouco exploradas, porque o acesso é bastante difícil.

Urbanização – A região vive intenso processo de urbanização. Na década de 1970, a população rural representa cerca de 60% do total de habitantes, índice que em 2011 cai para cerca de 9,3%. Essa alteração decorre não só do êxodo rural, consequência direta dos programas de mecanização da agricultura, mas também do aumento do fluxo migratório de outras regiões para os centros urbanos do Centro-Oeste. A nova distribuição populacional exige dos estados grandes investimentos em infra-estrutura urbana e no setor de serviços. Atualmente, a Região Centro-Oeste registra indicadores sociais e de qualidade de vida abaixo da média brasileira. Uma exceção é o Distrito Federal, que apresenta as melhores taxas de escolaridade, além da maior renda per capita do país. No entanto, mesmo no Distrito Federal, as cidades-satélites de Brasília têm elevada favelização e déficits escolar, habitacional e de transportes. Algumas dessas cidades surgem como moradia dos "candangos", nome pelo qual eram conhecidos os operários que trabalharam na construção da nova capital nas décadas de 1950 e de 1960. Dos anos 1970 em diante, a chegada de muitos migrantes atraídos para Brasília acaba inchando as cidades-satélites, cujos índices de violência se aproximam dos de regiões metropolitanas como São Paulo e Rio de Janeiro.

www.klimanaturali.org
www.megatimes.com.br
Postagem Anterior Próxima Postagem