Ucrânia | Geografia e História da Ucrânia

Ucrânia | Geografia e História da Ucrânia

A Ucrânia tem seu litoral no mar Negro, onde fica o movimentado porto de Odessa, garante acesso ao mar Mediterrâneo pelos estreitos de Bósforo e Dardanelos. Sob pressão internacional, o governo destrói as armas nucleares herdadas da extinta União Soviética (URSS). A antiga frota militar soviética, ancorada em Sebastopol, na península da Crimeia, permanece na região, conforme acordo selado com a Federação Russa, Porém a Rússia quebra o acordo ao anexar a Crimeia ao seu Território em 18 de março de 2014. Conhecida como o celeiro do antigo regime soviético, em virtude da grande produção de cereais, a Ucrânia desenvolve moderna atividade agrícola nas planícies férteis de terra negra. Há ricas reservas de carvão, ferro e manganês. Após o fim da URSS, o país vê cair sua produção industrial. Em 2004, a Ucrânia enfrenta grave crise política. A Ucrânia é o segundo maior país da Europa, atrás apenas da Federação Russa.

UCRÂNIA, GEOGRAFIA E HISTÓRIA DA UCRÂNIA

História da Ucrânia

A Ucrânia localiza-se no território inicial do Reino da Rússia, formado no século IX, em torno da cidade de Kiev. Eslavos, escandinavos e bizantinos fundem-se na cultura do novo reino, cristianizado no século X. Após a ruína dos principados russos, em razão das invasões mongóis nos séculos XIII e XIV, os ucranianos caem sob domínio polonês e lituano. Em 1667, a porção da Ucrânia a leste do rio Dnieper torna-se parte da Rússia, e a região a oeste é anexada pela Polônia. Com a partilha do território polonês, no século XVIII, a Rússia amplia seus domínios. Após a Revolução de 1905, na Rússia, o czar concede maior liberdade aos ucranianos e revoga a proibição do uso do idioma.

Comunismo – Nacionalistas de direita proclamam a independência durante a Revolução Russa, em 1917. Em 1920, os comunistas assumem o controle do país e perdem parte do território em confronto com a Polônia. Pelo Tratado de Riga, firmado em 1921, a parte ocidental do território é entregue à Polônia, à Tchecoslováquia e à Romênia. A região central e a oriental transformam-se, anos depois, na República Socialista Soviética da Ucrânia, parte da URSS.

Bandeira da UcrâniaFome e morte – A fase inicial do poder soviético produz grande desenvolvimento. A Nova Política Econômica, adotada por Lênin, traz prosperidade aos camponeses. A partir de 1928, porém, cerca de 7 milhões de ucranianos morrem de fome na coletivização forçada da agricultura adotada por Josef Stálin. O período também é marcado pela repressão política. A ocupação nazista durante a II Guerra Mundial causa a morte de mais 7 milhões de pessoas. A vitória soviética em 1945 leva à reunificação das porções oriental e ocidental do país. Em 1954 é incorporada à Ucrânia a península da Crimeia, cujos habitantes tártaros foram deportados para a Ásia Central por Stálin. O nacionalismo ganha força nos anos 1980 com as reformas do líder soviético Mikhail Gorbatchov.
Chernobyl – Em 26 de abril de 1986, uma explosão na usina nuclear de Chernobyl, no norte do país, lança na atmosfera enorme quantidade de material radioativo. O governo soviético oculta a dimensão do acidente, até que a radioatividade é detectada na Europa Ocidental. O acidente nuclear, considerado o pior da história, causa 10 mil mortes, e 135 mil habitantes abandonam a região. A usina, que fornecia 5% da energia elétrica consumida na Ucrânia, é posteriormente fechada. Seu último reator nuclear é desativado em 2000.

Independência – Em 1988 surgem vários grupos autonomistas, e, no ano seguinte, sucedem-se greves e manifestações. Em 1990, o Soviete Supremo (Parlamento) da Ucrânia declara a soberania do país. O fracasso do golpe de Estado promovido em Moscou pela linha dura soviética, em agosto de 1991, precipita a independência ucraniana, proclamada em 24 de agosto pelo Parlamento e ratificada por plebiscito popular em 1º de dezembro. Uma semana depois, o país participa, com a Federação Russa e Belarus, da criação da Comunidade de Estados Independentes (CEI).

Kiev, Capital da Ucrânia
Kiev, Capital da Ucrânia
Arsenal nuclear – Em 1993, o Parlamento estabelece a propriedade ucraniana sobre o arsenal nuclear da ex-URSS no território, mas concorda em limitar as armas estratégicas e desativar gradualmente as 1.656 ogivas nucleares do país. A decisão remove o principal obstáculo à entrada de capital ocidental. Em 1994, o candidato independente Leonid Kuchma vence as eleições presidenciais e inicia reformas econômicas liberalizantes. O Parlamento anula, em 1995, a Constituição da Crimeia, república autônoma com população majoritariamente russa que buscava a incorporação à Federação Russa. Em 1997, Ucrânia e Federação Russa firmam acordo sobre a frota militar no mar Negro. Os russos ficam com 70% dos navios e arrendam parte do porto de Sebastopol (Criméia) para lhes servir de base. Em meio à transição para a economia de mercado, o Produto Interno Bruto da Ucrânia cai em média 9,3% ao ano entre 1990 e 2000.

Corrupção – O governo de Kuchma é abalado, a partir de 1999, por acusações de corrupção. Mesmo assim, o presidente é reeleito. Em 2000, um referendo aprova – com 81% dos votos – reforma constitucional que amplia os poderes da Presidência. As críticas a Kuchma crescem com a divulgação de gravações de supostas conversas entre o presidente e seus auxiliares, envolvendo-os no assassinato de Georgiy Gongadze, jornalista investigativo e feroz crítico do presidente.

Manifestações de rua em 2001 pedem a saída do presidente, mas, no Legislativo, Kuchma escapa do impeachment. Após o atentado terrorista de 11 de setembro, o país abre o espaço aéreo aos Estados Unidos (EUA) para o ataque ao Afeganistão. Em 2002, Kuchma pede o ingresso da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar ocidental, mas a organização pede antes reformas políticas, econômicas e militares no país.

Apoio à guerra – Kuchma e o presidente russo Vladimir Putin assinam em 2003 um acordo de definição de fronteiras, deixando pendente a decisão sobre o mar de Azov. Logo após o início da ofensiva anglo-americana contra o Iraque, a Ucrânia atende ao pedido dos EUA de enviar à região uma unidade militar especializada em guerra nuclear, química e biológica. Em 2004, o Parlamento decide retirar os soldados do Iraque.

Zaporizhzhya

Crise profunda – Em outubro de 2004 são realizadas as eleições legislativas e presidenciais. No segundo turno das presidenciais, em novembro, o oposicionista Viktor Yushchenko (Nossa Ucrânia) é batido pelo candidato governista, o primeiro-ministro Viktor Yanukovich, segundo a contagem oficial. Há evidências de fraude, e centenas de milhares de pessoas vão às ruas protestar, especialmente na capital, Kiev. A disputa expõe uma divisão entre a população ucraniana e a russa no país, criada desde a maciça migração de russos durante o período soviético. Yushchenko, ex-primeiro-ministro entre 1999 e 2001, defende uma aproximação com a União Européia. Yanukovich busca manter uma aliança prioritária com a Federação Russa. Diante da grave crise política, que ameaça cindir o país (Yushchenko é majoritário no oeste; Yanukovich no leste), a Suprema Corte anula o segundo turno e marca nova votação para 26 de dezembro. Nesse ínterim, o Parlamento reduz os poderes presidenciais. Na nova votação, Yushchenko vence. Yanukovich recorre à Justiça, mas renuncia no fim de dezembro. Viktor Yushchenko assume a Presidência em 23 de janeiro de 2005 e, em fevereiro, a primeira-ministra Yuliya Tymoshenko é aprovada por unanimidade pelo Parlamento.

Zaporizhzhya

Zaporizhzhya é uma cidade da Ucrânia, capital da região do mesmo nome. Localiza-se nas margens do rio Dnieper. Tem cerca de 770 mil habitantes. Foi fundada em 1770 e denominou-se Aleksandrovsk até 1921.
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